domingo, 30 de março de 2025

LER E COMPREENDER - VAMOS PENSAR SOBRE "BRAIN ROT"?

 



BRAIN ROT IS THE OXFORD UNIVERSITY PRESS WORD OF THE YEAR FOR 2024.

ATIVIDADE - I TRIMESTRE 

1. FAÇAM A AUDIÇÃO DO PODCAST - NATUZA NERY: BRAIN ROT: A EXAUSTÃO QUE MARCOU 2024 - O ASSUNTO #1.375 - G1.GLOBO.COM

=> PODCAST G1. GLOBO SOBRE BRAIN ROT

2. NA SEQUÊNCIA, LEIAM O TEXTO SOBRE A QUESTÃO DO "BRAIN ROT" PARA O DEBATE EM SALA E POSTERIOR PRODUÇÃO DE TEXTO.

Estudos indicam redução de massa cerebral por uso excessivo de tela

Consumo compulsivo de conteúdos de baixa qualidade está associado à redução no volume de massa cinzenta em regiões do cérebro responsável por tomada de decisões, apontam estudos.

Embora possa parecer exagero à primeira vista, o termo “cérebro podre” ou “podridão cerebral”, da expressão em inglês “Brain rot”, pode ser mais literal do que pensamos. Eleita a palavra do ano de 2024 pelo Dicionário Oxford por mais de 37 mil pessoas, o termo descreve, de acordo com a Oxford University Press, a deterioração mental causada pelo consumo excessivo de conteúdo superficial, especialmente na internet. As citações ao termo em inglês aumentaram 230% entre 2023 e 2024, refletindo uma preocupação social crescente com esse fenômeno.

Assim, o que começou como uma expressão coloquial encontrou apoio na ciência. Pesquisas citadas pelo jornal britânico The Guardian indicam que o uso excessivo de mídias sociais e o consumo compulsivo de conteúdo de baixa qualidade – como notícias sensacionalistas, teorias da conspiração e entretenimento vazio – podem literalmente encolher a massa cinzenta, diminuir a capacidade de atenção e enfraquecer a memória. Uma combinação de efeitos que faz com que o termo “podridão” não pareça exagerado.

Do e-mail à rolagem infinita

Os primeiros sinais de alarme soaram no início do século com algo que hoje nos parece inofensivo: o e-mail. Como o jornal El País noticiou recentemente, citando um artigo do Guardian de 2005, uma equipe da Universidade de Londres, após 80 testes clínicos, descobriu que o uso diário de e-mail e telefone celular causava uma queda média de dez pontos no QI dos participantes, um impacto que eles descreveram com mais prejudicial do que o uso de maconha.

Imagine então o que aconteceu agora com a constante enxurrada de tweets, stories, reels, notificações, pushes e fluxos intermináveis de conteúdo.

Os aplicativos modernos são projetados especialmente para nos manter viciados, aproveitando o que Michoel Moshel, pesquisador da Universidade Macquarie, descreveu ao El País como “a tendência natural do nosso cérebro de buscar novidades, especialmente quando se trata de informações potencialmente prejudiciais ou alarmantes, uma característica que já nos ajudou a sobreviver”.

Mudanças cerebrais preocupantes

Em geral, o quadro atualmente. Uma meta-análise de 27 estudos de neuroimagem revelou que o uso excessivo de internet está associado a uma redução do volume de massa cinzenta em regiões críticas do cérebro responsáveis pelo processamento de recompensas, controle e impulsos e tomada de decisões. De acordo com Moshel, essas alterações são semelhantes às observadas em casos de dependência de substâncias como metanfetaminas (droga psicoativa) e álcool.

Além do ambiente clínico, o “uso desordenado de tela” tem sido estudado em ambientes educacionais. Uma meta-análise citada em um artigo do The Conversation, do qual Moshel é um dos autores, lista 34 estudos que vinculam o uso compulsivo a um desempenho cognitivo significativamente inferior, especialmente no que diz respeito à atenção sustentada e controle de impulsos. O problema afeta adultos que passam muitas horas na frente de celulares e computadores.

Ainda assim, o problema é particularmente grave entre os jovens. De acordo com dados de 2021 na ONG americana Common Sense Media citados no The Conversation, pré-adolescentes passam 5 horas e 33 minutos por dia em frente às telas, enquanto esse tempo é de 8 horas e 39 minutos para adolescentes.

Na Austrália, por exemplo, uma pesquisa realiza em 2020 pelo Instituto Gonski da UNSW revelou que 84% dos educadores consideram tecnologias digitais uma distração na sala de aula. De acordo com uma pesquisa da organização australiana especializada em saúde mental Beyond Blue, citada pela emissora americana ABC, o tempo excessivo de tela está entre os principais desafios para os jovens, perdendo apenas para problemas de saúde mental.

Círculo vicioso da era digital

Eduardo Fernández Jeménez, psicólogo clínico do Hospital La Paz, em Madrid, explicou ao El País que o cérebro ativa diferentes redes neurais para gerenciar diferentes tipos de atenção. O bombardeio constante de estímulos variáveis afeta particularmente nossa capacidade de atenção sustentada, que é fundamental para o aprendizado acadêmico.

O problema é agravado por um círculo vicioso difícil de romper: de acordo com um estudo publicado na revista Nature, pessoas com saúde mental debilitada têm maior probabilidade de consumir conteúdo de baixa qualidade, o que, por sua vez, piora seus sintomas. E quanto mais tempo se passa em frente à tela, mais difícil é reconhecer e limitar e limitar o problema.

Existe uma solução

Especialistas recomendam uma abordagem em duas frentes: qualidade e quantidade. É fundamental estabelecer limites claros para o tempo de tela e fazer um esforço consciente para se desligar. Atividades que exigem presença física, como esportes ou reuniões com amigos, são essenciais para neutralizar os efeitos negativos do uso prolongado da tela, recomendou o psicólogo Carlos Losada em dezembro ao El País.

Também é importante dar prioridade a conteúdos educativos que evitem características viciantes e estabelecer intervalos regulares.  Porque, como sugere a pesquisa, o “cérebro podre” pode ser mais do que uma metáfora, mas um processo real de deterioração cognitiva causada por nossos hábitos digitais.

Com as empresas de tecnologia projetando algoritmos para maximizar nosso tempo de tela e um público cada vez mais digitalizado, o desafio vai além do indivíduo. É preciso políticas que incentivem a transparência e a educação digital crítica.

A ironia é que essa “podridão cerebral” pode estar alterando a forma como percebemos e respondemos ao mundo justamente quando mais precisamos de nossas capacidades cognitivas. Talvez seja hora de lembrar que existe um mundo além da tela, um mundo que nossos cérebros foram realmente projetados para explorar.

Disponível em: https://g1.globo.com/saude/noticia/2025/01/25/estudos-indicam-reducao-de-massa-cerebral-por-uso-excessivo-de-tela.ghtml Acesso em 30 abr. 2025.

sexta-feira, 7 de março de 2025

VAMOS EXERCITAR - QUESTÕES SOBRE O ROMANTISMO - 2025- I TRIMESTRE

 



ROMANTISMO (PARTE 1)

01. Assinale a alternativa que rotula adequadamente o tratamento dado ao elemento indígena, nos romances O Guarani, de José de Alencar, e Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, respectivamente:

a) Nacionalismo exaltado, nacionalismo caricatural.

b) Idolatria nacionalista, derrotismo nacional.

c) Aversão ao colonizador, aversão ao progresso.

d) Aversão ao colonizador, derrotismo nacional.

e) Nacionalismo exaltado, aversão ao progresso.

COMENTÁRIO👀

É importante ressaltar que esta questão envolve duas obras de períodos e estilos literários distintos, isto é, a primeira obra O Guarani, de José de Alencar, pertence ao Romantismo, ao passo que, o livro Triste Fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, está inscrita no Pré-Modernismo (1902-1922). Neste sentido, como se pode registrar LOGO ABAIXO, na prova do SSA 2-UPE (Processo de Ingresso 2025), encontramos a relação entre épocas diferentes, que envolveu o texto do Jornal da USP,  um texto publicado em ambiente digital (Cercos e resistências) na interface com um excerto do poema I-JUCA PIRAMA, de Gonçalves dias, da Primeira Geração do Romantismo. 

VEJA COMO A UPE ABORDA O ROMANTISMO NA QUESTÃO A SEGUIR:




Resposta: letra E (Refere-se, portanto, a um presente e futuro ainda incertos para os indígenas).


02. Oh! ter vinte anos sem gozar de leve

A ventura de uma alma de donzela!

E sem na vida ter sentido nunca

Na suave atração de um róseo corpo

Meus olhos turvos se fechar de gozo!

Oh! nos meus sonhos, pelas noites minhas

Passam tantas visões sobre meu peito!

Palor de febre meu semblante cobre,

Bate meu coração com tanto fogo!

Um doce nome os lábios meus suspiram,

Um nome de mulher... e vejo lânguida

No véu suave de amorosas sombras

Seminua, abatida, a mão no seio,

Perfumada visão romper a nuvem,

Sentar-se junto a mim, nas minhas pálpebras

O alento fresco e leve como a vida

Passar delicioso... Que delírios!

Acordo palpitante... inda a procuro;

Embalde a chamo, embalde as minhas lágrimas

Banham meus olhos, e suspiro e gemo...

Imploro uma ilusão... tudo é silêncio!

Só o leito deserto, a sala muda!

Amorosa visão, mulher dos sonhos,

Eu sou tão infeliz, eu sofro tanto!

Nunca virás iluminar meu peito

Com um raio de luz desses teus olhos?

Os versos acima integram a obra Lira dos Vinte Anos, de Álvares de Azevedo. Da leitura deles podemos depreender que o poema

a) ilustra a dificuldade de conciliar a ideia de amor com a de posse física.

b) manifesta o desejo de amar e a realização amorosa se dá concretamente em imagens de sonho.

c) concilia sonho e realidade e ambos se alimentam da presença sensual da mulher amada.

d) espiritualiza a mulher e a apresenta em recatado pudor sob “véu suave de amorosas sombras”.

e) revela sentimento de frustração provocado pelo medo de amar e pela recusa doentia e deliberada à entrega amorosa.

03. Das alternativas abaixo, indique a que CONTRARIA as características mais significativas do romance Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida.

a) Romance de costumes que descreve a vida da coletividade urbana do Rio de Janeiro, na época de D. João VI.

b) Narrativa de malandragem, já que Leonardo, personagem principal, encarna o tipo do malandro amoral que vive o presente, sem qualquer preocupação com o futuro.

c) Livro que se liga aos romances de aventura, marcado por intenção crítica contra a hipocrisia, a venalidade, a injustiça e a corrupção social.

d) Obra considerada de transição para um novo estilo de época, ou seja, o Realismo/Naturalismo.

e) Romance histórico que pretende narrar fatos de tonalidade heroica da vida brasileira, como os vividos pelo Major Vidigal, ambientados no tempo do rei.

04. Assim, o amor se transformava tão completamente nessas organizações*, que apresentava três sentimentos bem distintos: um era uma loucura, o outro uma paixão, o último uma religião.

..................desejava; ..................amava; ...................adorava.

(*organizações = personalidades)

(José de Alencar, O Guarani)

Neste excerto de O Guarani, o narrador caracteriza os diferentes tipos de amor que três personagens masculinas do romance sentem por Ceci. Mantida a sequência, os trechos pontilhados serão preenchidos corretamente com os nomes de

a) Álvaro/Peri/D. Diogo.

b) Loredano/Álvaro/Peri.

c) Loredano/Peri/D. Diogo.

d) Álvaro/D. Diogo/Peri.

e) Loredano/D. Diogo/Peri.

05. I -“.......... o recebia cordialmente e o tratava como amigo; seu caráter nobre simpatizava com aquela natureza inculta.”

II - “Em .........., o índio fizera a mesma impressão que lhe causava sempre a presença de um homem daquela cor; lembrara-se de sua mãe infeliz, da raça de que provinha.”

III - “Quanto a .........., via em Peri um cão fiel que tinha um momento prestado um serviço à família, e a quem se pagava com um naco de pão.”

Nestes excertos, registram-se as reações de três personagens de O Guarani à presença de Peri, quando este começa a frequentar a casa de D. Antônio de Mariz. Apenas seus nomes foram omitidos.

Mantida a ordem da sequência, essas três personagens são

a) D. Antônio; Cecília; Isabel.

b) Álvaro; Isabel; Cecília.

c) D. Antônio; Isabel; D. Lauriana.

d) D. Diogo; Cecília; D. Lauriana.

e) D. Diogo; Isabel; Cecília.

06. A questão central, proposta no romance Senhora, de José de Alencar, é a do casamento. Considerando a obra como um todo, indique a alternativa que não condiz com o enredo do romance.

a) O casamento é apresentado como uma transação comercial e, por isso, o romance estrutura-se em quatro partes: preço, quitação, posse, resgate.

b) Aurélia Camargo, preterida por Fernando Seixas, compra-o e ele, contumaz caça-dote, sujeita-se ao constrangimento de uma união por interesse.

c) O casamento é só de fachada e a união não se consuma, visto que resulta de acordo no qual as aparências sociais devem ser mantidas.

d) A narrativa marca-se pelo choque entre o mundo do amor idealizado e o mundo da experiência degradante governado pelo dinheiro.

e) O romance gira em torno de intrigas amorosas, de desigualdade econômica, mas, com final feliz, porque, nele, o amor tudo vence.

07. Fragmento I

Pálida à luz da lâmpada sombria,

Sobre o leito de flores reclinada,

Como a lua por noite embalsamada,

Entre as nuvens do amor ela dormia!

Era a virgem do mar na escuma fria

Pela maré das águas embalada!

Era um anjo entre nuvens d’alvorada

Que em sonhos se banhava e se esquecia!

Fragmento II

É ela! é ela! - murmurei tremendo,

E o eco ao longe murmurou - é ela!

Eu a vi - minha fada aérea e pura -

A minha lavadeira na janela!

(…)

Esta noite eu ousei mais atrevido

Nas telhas que estalavam nos meus passos

Ir espiar seu venturoso sono,

Vê-la mais bela de Morfeu nos braços!

Como dormia! que profundo sono!…

Tinha na mão o ferro do engomado…

Como roncava maviosa e pura!…

Quase caí na rua desmaiado!

(…)

É ela! é ela! - repeti tremendo;

Mas cantou nesse instante uma coruja…

Abri cioso a página secreta…

Oh! meu Deus! era um rol de roupa suja!

Os fragmentos acima são de Álvares de Azevedo e desenvolvem o tema da mulher e do amor. Caracterizam duas faces diferentes da obra do poeta. Comparando os dois fragmentos, podemos afirmar que,

a) no primeiro, manifesta-se o desejo de amar e a realização amorosa se dá plenamente entre os amantes.

b) no segundo, apesar de haver um tom de humor e sátira, não se caracteriza o rebaixamento do tema amoroso.

c) no primeiro, o poeta figura a mulher adormecida e a toma como objeto de amor jamais realizado.

d) no segundo, o poeta expressa as condições mais rasteiras de seu cotidiano, porém, atribui à mulher traços de idealização iguais aos do primeiro fragmento.

e) no segundo, ao substituir a musa virginal pela lavadeira entretida com o rol de roupa suja, o poeta confere ao tema amoroso tratamento idêntico ao verificado no primeiro fragmento.

08. O romance é um gênero literário que veio a se desenvolver no século ....., retratando sobretudo .....; era muito comum publicar-se em partes, nos jornais, na forma de ..... .

Preenchem corretamente as lacunas do texto acima, pela ordem:

a) XVII - a alta aristocracia - conto.

b) XVIII - o mundo burguês - folhetim.

c) XVIII - o mundo burguês - crônica.

d) XIX - o mundo burguês - folhetim.

e) XIX - a alta aristocracia - crônica.

09. Assinale a alternativa cujos termos preenchem corretamente as lacunas do texto inicial.

Foi característica das preocupações ........... do poeta .......... tomar como protagonista de seus poemas a figura do ............, afirmando em seu caráter heroico, em sua bravura, em sua honra - qualidades que a rigor o identificavam com o mais digno dos cavaleiros medievais.

a) nacionalistas - Gonçalves Dias - índio brasileiro.

b) mitificadoras - Álvares de Azevedo - sertanejo solitário.

c) cosmopolitas - Castro Alves - operário nordestino.

d) ufanistas - Monteiro Lobato - caipira paulista.

e) regionalistas - João Cabral de Melo Neto - trabalhador rural.

10. Preencha corretamente as lacunas do trecho apresentado que segue:

 

Vista de forma panorâmica, a poesia romântica brasileira é muito rica em temas e em tons: estão nela a bravura do silvícola cantada por ............., a timidez amorosa e idealizante da lira de ........., a pujança oratória dos versos...............de Castro Alves.

  

a) Casimiro de Abreu - Olavo Bilac - líricos.

b) Fagundes Varela - Gonçalves Dias - anti-abolicionistas.

c) Gonçalves Dias - Álvares de Azevedo - condoreiros.

d) Álvares de Azevedo - Fagundes Varela - satíricos.

e) Olavo Bilac - Casimiro de Abreu - libertários.


SUCESSO!