🙋ENSINO MÉDIO - 1os. ANOS 👀
Identidade
digital é chave para uma vida conectada e mais segura
Soluções
que unificam os universos real e virtual ganham força ao eliminar senhas e
aumentar a segurança para indivíduos e empresas
1.
Promove inclusão e gera mais oportunidades
Identidade digital tem potencial de ajudar os países e acelerar
o desenvolvimento inclusivo, melhorando a prestação de serviços, aumentando a
inclusão financeira, reduzindo as desigualdades e ampliando o acesso a serviços
como saúde e seguridade social.
2.
Evita fraudes e perdas financeiras
Com a pandemia e a digitalização acelerada, a importância de uma
identidade digital segura ficou ainda mais evidente. Trabalho remoto, ensino
online, transações bancárias, emissão de documentos e teleconsultas médicas,
por exemplo, demandam sistemas mais seguros, capazes de verificar identidades e
validar certificados. E a tendência é de alta com o crescimento da Internet das
Coisas (IoT) e expansão da rede 5G.
3.
Gera eficiência e economia
Relatório da McKinsey realizado em sete países (incluindo o
Brasil) indica que a adoção de identidades digitais poderia gerar um valor
estimado em 13% do PIB até 2030. Além disso, os governos poderiam economizar
110 bilhões de horas de serviços e as empresas conseguiriam aumentar sua
eficiência, reduzindo custos, combatendo as fraudes de maneira efetiva e
poupando até US$ 1,6 trilhão com utilização de ID digital.
4.
Facilita a vida do cidadão
O “onlife[1]”
que vivemos hoje exige uma infinidade de senhas, cartões magnéticos, tokens[2],
chaves e crachás. Além de simplificar o dia a dia dos usuários, a identidade
digital única ainda aumenta a segurança de seus acessos e interações, incluindo
transações bancárias, assinatura de documento de impostos, reduzindo o risco de
perda de dinheiro e de reputação.
A vida hiperconectada de hoje em dia é bastante complexa, mas
pouco eficiente, especialmente no que diz respeito à segurança dos mais
variados tipos de acessos e transações. É necessário utilizar uma série de
documentos físicos de identificação, além de chaves, crachás e cartões, por
exemplo. Ao mesmo tempo, também somos obrigados a lidar com uma infinidade de
senhas, formulários e solicitações de informações online. Precisamos nos
identificar diversas vezes ao dia, para inúmeras atividades cotidianas: logar[3]
no computador, fazer uma transferência bancária, desbloquear o celular, usar
serviços via aplicativos ou fazer compra online, por exemplo. Mesmo assim, a
cada dois segundos uma pessoa é vítima de fraude no Brasil. Ou seja, é uma
conta que não fecha e que rouba tempo e energia do cidadão.
Nesse universo “figital[4]”,
que aboliu as fronteiras entre físico e digital, é preciso mais do que nunca
uma solução segura que facilite a vida, garantindo de forma inequívoca que cada
pessoa seja de fato quem ela diz ser. Essa inovação tem nome e é cada vez mais
utilizada no Brasil e no mundo: identidade digital ou simplesmente ID digital,
solução que de acordo com Fabiola Greve, diretora do instituto de Computadores
da Universidade Federal da Bahia (IC/UFBA), é a mola para a segurança dos
indivíduos e das organizações nessa nova era da web 3.0.
As projeções apoiam sua opinião. Globalmente, o mercado de
soluções de identidade digital deve altar de US$ 23,3 bilhões em 2021 para US$ 49,5 bilhões, segundo
estimativa da Research and Markets.
“No figital, é imprescindível conceder às pessoas, coisas e organizações uma
única identidade, que possa ser universal e atenda a todos os rigores de
segurança”, explica.
A ID digital nada mais é do que um mecanismo para a
identificação digital e segura de indivíduo, sem contato pessoal, que já vem
sendo utilizada para sustentar diversas plataformas digitais, serviços
eletrônicos e sistemas de pagamento digitais. “A ID digital é muito diferente
de uma imagem digital do RG ou CPF, porque reúne um conjunto de informações,
dados, documentos e comportamentos que garantem sua identificação no meio
digital”, explica Paulo Alencastro, cofundador da Único[5],
primeira IDTech brasileira a oferecer soluções de identidade digital, como
biometria facial e admissão digital. Fundada em 2007 por Diego Martins, Rui
Jordão e Alencastro, a Único tem
hoje como clientes mais de 800 empresas, entre os principais bancos e grandes
varejistas do Brasil.
BENEFÍCIOS DA ID
DIGITAL
A ID digital entrega benefícios tanto para os usuários quanto
para empresas e governos. Um dos principais, que vale para todos os envolvidos,
é a segurança. “Uma identidade digital confiável ajuda, acima de tudo, a
mitigar o problema de fraude de
identidade, que causa muitos prejuízos para a sociedade”, afirma Alencastro.
Para termos uma ideia do que ele está falando, apenas em 2021, a Unico evitou que mais de 1 milhão de
pessoas tivessem sua identidade fraudada, evitando um prejuízo estimado em R$
70 bilhões.
Essa segurança é fornecida por meio da verificação de uma série
de atributos, que geralmente mesclam dados biométricos faciais, que são o meio
mais seguro de identificação pessoal porque envolve características biológicas
únicas que só aquele indivíduo possui, com documentos oficiais e informações de
governos e instituições bancárias. “Na Unico,
o nível de acuracidade da identidade de cada pessoa depende de constantes
interações com nossos clientes. A cada contato, uma nova imagem é capturada e
confrontada com a nossa base, que devolve uma informação confirmando que a
pessoa é quem diz ser”, complementa Alencastro. “Não é algo específico em um
único momento, mas algo que acontece várias vezes por dia na vida das pessoas”.
Para empresas, pessoas e governos, a praticidade da ID digital
tem ainda outra vantagem clara. Ela oferece redução de custos operacionais ao
dispensar diversas etapas burocráticas de autenticação e vaivém de documentos e
formulários. Um estudo da McKinsey de 2019 apontou que a adoção da identidade
digital poderia ajudar a poupar cerca de 110 bilhões de horas por meio de
serviços de governo eletrônicos amplificados. Além disso, instituições poderiam
se beneficiar de melhorias no cadastro
de clientes, reduzindo custos em até 90%, e evitando fraudes, economizando até
US$ 1,6 trilhão globalmente.
A identidade digital também proporciona melhores experiências
para as pessoas, que não precisam perder tempo, energia ou até dinheiro em
processos lentos e ineficientes, estejam elas no papel de cidadão, cliente ou
funcionário.
Hoje, a principal tecnologia por trás da ID digital da Único é um meio eficiente para
autenticação de indivíduos, como explica Alencastro. “A biometria facial que
utilizamos é prática, extremamente segura e ideal para o figital, porque pode
ser usado igualmente no ambiente digital, no físico”, afirma. Por mês, a Único tem em média 25 milhões de
autenticações. Detalhe: a cada 67, uma é tentativa de fraude.
O ideal é que a identidade digital seja um documento de
identificação único utilizado globalmente em qualquer plataforma. “Ela deve
contemplar todo o conjunto de relações significativas que o indivíduo
estabelece com a sociedade”, afirma Fabíola. Isso quer dizer que, por exemplo,
sua profissão faria parte da sua identidade, assim como seus dados médicos e
financeiros , entre outros.
Também há a expectativa de que, com a tecnologia, cada pessoa
possa decidir para quem, quando e com qual finalidade quer disponibilizar suas
informações pessoais. “Considerando essa perspectiva, uma ID digital segura
será ainda mais imprescindível e os ganhos serão imensos, sobretudo na
facilidade de interação do indivíduo com os diversos ecossistemas, na oferta de
serviços por parte das várias organizações, e, claro, no respeito à privacidade
do cidadão e alinhamento às leis gerais de proteção de dados”, diz ela. “Ainda
não estamos nesse estágio, mas chegaremos lá.”
(Disponível em:
https://estudio.folha.uol.com.br/unico/2022/05/identidade-digital-e-chave-para-uma-vida-conectada-e-mais-segura.
Acesso em: 25 jul. de 2022.
ATENÇÃO! Use o caderno para
ampliar as respostas.
01.
Destaque duas estratégias
argumentativas utilizadas no texto. Em seguida, escreva esses dois fragmentos
no caderno e justifica a sua escolha.
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02.
A partir da ideia central
do texto que é anunciada na manchete, leia todo o conteúdo e explique a
existência ou ausência de um posicionamento crítico (que poderia aparecer de
forma implícita ou explícita).
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03.
O que poderia ser
entendido como apelo utilitarista? Dê um exemplo com um fragmento e com a
devida justificativa.
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04.
O texto menciona quem terá a responsabilidade
pelo armazenamento dos dados? Na sequência, responda: caso não exista uma
regulamentação adequada, quais são as possíveis consequências para a sociedade
em geral?
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05.
No último parágrafo, que
tempo verbal (e modo) reforça (m) a ideia de “certeza” a partir do juízo de
valor implícito? Argumente.
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06.
Que justificativa pode ser
registrada com finalidade apelativa?
Que tempo verbal participa dessa circunstância?
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07.
Que benefícios poderiam
ser incluídos ao texto e, por outro lado, que críticas poderiam ser levantadas?
Justifique.
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08.
Depois da leitura atenta
do texto, explique o que poderia ser considerado como juízo de valor e como
fato.
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[1] Nova experiência
de realidade hiperconectada na qual não faz mais sentido perguntar para
determinado sujeito se ele está on-line ou off-line.
[2] Dispositivo
eletrônico gerador de senhas.
[3] Ter acesso à
área reservada de um site ou programa de computador.
[4] Físico e digital
ao mesmo tempo.
[5] IDtech brasileira
especialista em identidade digital.
🙋ENSINO MÉDIO - 3os ANOS 👀
Racismo ambiental no
Brasil e no mundo
Entendendo a injustiça ambiental
Embora estejamos falando de
desastres ambientais, esses fenômenos também se relacionam com questões de
justiça, pois revelam um flagrante desrespeito aos direitos humanos, uma vez
que os mais atingidos têm sido os socialmente mais vulneráveis.
(Le Monde Diplomatique, 29 de junho de 2023)
Samarco se rompeu, jogando
rejeitos na bacia do Rio Doce, destruindo uma cidade próxima e matando ao menos
19 pessoas. Das vítimas imediatas do rompimento, 84,5% eram negras. O cenário
se repetiu em 2019, na cidade de Brumadinho, também em Minas Gerais. Os dois
bairros mais impactados pela onda de rejeitos tinham como maior parte da população
pessoas pobres e negras. Com isso, surge o importante questionamento: os
desastres ecológicos e as mudanças climáticas também respondem aos vieses,
preconceitos e discriminação de toda ordem que pautam as estruturas sociais,
conectando-se com importantes questões de justiça?
Nesse sentido, é importante
compreender o conceito de justiça ambiental, que propõe uma reflexão a respeito
da necessidade de assegurar de forma equitativa a distribuição de ônus e bônus
ambientais conforme critérios aceitos socialmente. É injusto que as principais
consequências ambientais negativas recaiam apenas em um grupo social, a saber,
os mais vulneráveis socialmente, como pobres, indígenas e quilombolas, no caso
brasileiro. As reivindicações por justiça ambiental são manifestações
relativamente recentes das sociedades contemporâneas, iniciadas na década de 60
e ligadas aos movimentos dos direitos civis para os afrodescendentes nos EUA, e
buscam acusar e reverter o tratamento desigual dispensado em relação a grupos
étnicos vulneráveis. Diz corretamente Rogério Rammê, em sua dissertação de
mestrado.
Mas por que esses seriam casos de
injustiça ambiental? Exatamente porque são situações que ferem os direitos
humanos, uma vez que as ações das pessoas que provocam desequilíbrio ecológico
provocam igualmente várias situações que representam uma negação da dignidade
humana a certos grupos sociais, especialmente aqueles em situação de pobreza e
vulnerabilidade social. Isso porque não é possível conceber como vida digna
morar em locais de risco, sem água tratada, esgoto, locais em que a todo
momento podem ocorrer deslizamentos e soterramento de pessoas. É importante
evidenciar aqui um caráter discriminatório entre os diversos grupos e classes
sociais, pois enquanto para grupos sociais com maior poder aquisitivo o meio ambiente
significa áreas verdes, parques, silêncio e ar despoluído, para grupos sociais
marginalizados e excluídos significa a limpeza de córregos imundos e a proteção
contra inundações e deslizamento de encostas. Como já considerado pela própria
ONU em sua resolução (Human right and the
environment (Direitos Humanos e Meio Ambiente) n. 1990/41, a degradação
ambiental é causada de alterações irreversíveis ao meio ambiente, ameaçando
ecossistemas que mantêm a vida, a saúde e o bem-estar humanos.
Deixem-me ainda fazer referência
à concepção de injustiça tal como apresentada por Judith Shklar para melhor
compreender por que esses casos referidos seriam classificados como injustiça
ambiental. Em The Forces of Injustice
(Yale University Press, 1990), ela
defende que o fenômeno da injustiça ocorre quando as vítimas estão presentes,
sendo um caso particular e individual de arbitrariedade, de forma que a
história, a cultura e o status são
fundamentais para a compreensão do fenômeno. Ela inicia a obra fazendo uma
distinção importante para nossos propósitos: como saber quando um desastre é
uma fatalidade ou uma justiça? Para ela, se é causado por uma força externa da
natureza, como um furação, é uma desgraça e devemos nos resignar ao sofrimento.
Por outro lado, se é causado por um agente com má intenção, que toma uma
decisão deliberada, se trata de injustiça, de forma que devemos expressar uma
forte indignação. Por exemplo, um terremoto é claramente um evento natural, mas
os danos causados por ele podem ter causas pessoais ou sociais relevantes, como
quando construtores não seguiram o plano correto de construção para economizar
no material, ou mesmo no caso das autoridades públicas não terem feito nada
para se preparar para essa eventualidade. É importante ressaltar que Shklar
defende que a percepção das enchentes, alagamentos, rompimentos de barragens,
invasão de territórios, acesso escasso à água e esgoto tratado ou coleta de
lixo são algumas das situações que evidenciam o racismo e a injustiça ambiental
que grupos vulneráveis vivenciam ao longo da vida em nosso país, consistindo a
injustiça no tratamento arbitrário e preconceituoso que certos grupos recebem,
sobretudo, das autoridades públicas.
Mas ainda há outra forma de
injustiça ambiental que pode ser percebida especialmente na relação entre
países, ou na relação entre pessoas que vivem em diferentes países e isso
porque os países mais ricos são os que mais poluem, mas os problemas ambientais
aparecem mais acentuadamente nos países mais pobres. Por exemplo, entre os
países baixos mais poluidores estão Estados Unidos, China, Rússia, Japão e
Alemanha, enquanto entre os países mais poluídos estão Bangladesh, Iraque,
Paquistão, Índia, Kuwait, entre outros. A respeito da isonômica distribuição de
ônus ambientais em nível mundial, o Relatório de Desenvolvimento Humano
2007/2008 do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD),
intitulado “Combatendo a mudança climática: solidariedade humana num mundo
dividido”, destaca que os países pobres apenas contribuem de modo ínfimo para o
aquecimento global, contudo, são eles que mais sofrem e sofrerão os resultados
imediatos das mudanças do clima no planeta. No mesmo sentido, Anthony Giddens,
em A Política da Mudança Climática (Zahar, 2010) afirma que “a maior parte das
emissões que causam a mudança climática foi gerada pelos países
industrializados, porém seu impacto se fará sentir com mais intensidade nas
regiões mais pobre do mundo” (2010, p. 259).
Exemplo disso seriam os casos de
injustiça climática, em que o aquecimento global afeta as regiões de planeta de
forma diferente. Estudo recente do IPCC (Painel Intergovernamental sobre
Mudanças Climáticas) mostra que cerca de 3,3 a 3,6 bilhões de pessoas estão
altamente expostas a mudanças do clima. O relatório esclarece que há uma
relação direta entre o subdesenvolvimento e a alta vulnerabilidade a riscos
climáticos. O estudo também aponta que, entre 2010 e 2020, a mortalidade humana
por inanições, secas e tempestades, foi 15 vezes maior em regiões altamente
vulneráveis, como partes da África, sul da Ásia, América Latina e pequenos
estados insulares.
[...] A governaça climática está
ligada ao desenvolvimento dos países e ao bem-estar da natureza assim como das
pessoas, considerando que a construção de soluções ambientais é um processo
complexo e de escala global que envolve todos os níveis e é relevante para
todos os setores da sociedade. Nesse âmbito devem-se aprovar leis (nacionais e
internacionais) de proteção ambiental que evitem injustiças e exijam um
tratamento equitativo para todas as pessoas independentemente da cor,
nacionalidade ou renda, garantindo que toda pessoa deve ter igual proteção dos
riscos ambientais à sua saúde.
A outra linha de ação estaria
mais voltada para a consciência individual das pessoas, de forma a se
desenvolver uma responsabilidade socioambiental, o que deveria conduzir a um
tipo de consumo mais austero ou comedido, considerando a vida como
interdependente da vida do planeta. Estamos acostumados a pensar que os
problemas ambientais seriam resolvidos apenas por leis de proteção
socioambiental, o que não está errado. Mas, para além disto, não podemos
esquecer que muitos problemas ambientais (se não todos) são gerados pelo tipo
de produção e consumo que temos em sociedade contemporâneas, caracterizadas
pela produção predatória em larga escala e consumismo. Assim, penso que é
relevante refletir sobre nossa responsabilidade em consumir de forma mais
sustentável, apostando e incentivando um tipo de consumo mais austero,
consumindo o necessário para viver bem, mas considerando os limites apropriados
deste consumo, Seria uma maneira de se pensar na necessidade da aquisição da
virtude da moderação ou temperança como uma virtude pública central para se
alcançar tanto a sustentabilidade como a solidariedade. Nesse sentido, creio
que temos muito que aprender como os povos originários no Brasil, que têm um
modelo produtivo de subsistência que não está baseado no consumo, conectando de
forma orgânica o valor intrínseco da natureza e o bem-estar da comunidade.
Este modelo alternativo coloca em
xeque a crença desenvolvimentista e consumista de que os recursos naturais são
infindáveis e de que a natureza existe para ser desfrutada...
Assim, a lição aqui seria
questionar a ideia ilusória de que maior consumo implicaria necessariamente em
maior felicidade, uma vez que os recursos naturais são finitos e os problemas
ambientais estão conectados com os problemas sociais. É claro que não devemos
descuidar de exigir que os países façam leis ambientais que garantam os
direitos humanos de forma irrestrita, bem como que façam acordos multilaterais
para a diminuição de emissão de carbono, se comprometendo em limitar o aumento
da temperatura global em 1,5º C. Outra medida seria concordar com o
financiamento climático, de forma que os países desenvolvidos dariam apoio
financeiro aos países em desenvolvimento, que são mais vulneráveis a estas
alterações climáticas. Mas, isso não seria necessariamente excludente em
relação a um compromisso moral com o bem-estar das outras pessoas e com o valor
intrínseco da natureza, o que parece implicar um tipo de responsabilidade com a
vida futura do planeta e da humanidade.
Depois da leitura e reflexão sobre o texto, responda as questões
que seguem:
01. Sobre a memória,
declarou Eduardo Galeano: “a memória guardará o que valer a pena. A memória
sabe de mim mais que eu; e ela não perde o que merece ser salvo”. Por outro
lado, no caso da memória coletiva, é possível que os acidentes ambientais, que
trouxeram danos à natureza e às populações vulneráveis, tenham sido esquecidos
pela população brasileira? Nessa direção, faça uma apreciação crítica.
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02. Tomando por base a
ideia central do texto, que propostas de intervenções podem ser arroladas (além
daquelas que são elencadas no texto)? Por quê?
___________________________________________________________________________
03. Que ideias implícitas podem ser extraídas a
partir do texto em apreço? Explique.
___________________________________________________________________________
04. Qual a relação
entre os ideais CAPITALISTAS com a crítica presente no texto?
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05. Destaque causa e
consequências presentes no texto e, em seguida, explique de que forma essas
circunstâncias contribuem para a sequência argumentativa.
___________________________________________________________________________
06. Pesquise uma
matéria jornalística sobre a ideia central do texto acima. Em seguida, aponte
as semelhanças e diferenças entre os dois conteúdos (isto é, o pesquisado e o
que está em estudo).
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07. O texto cumpre os
critérios de textualização de coesão e de coerência. Este tem relação com o
conceito e aquele se ocupa em fazer a conexão sequencial. Assim sendo, cite um
exemplo de adição e outro de disjunção. Em seguida, explique o efeito semântico
nos dois casos.
___________________________________________________________________________
08. Por que o autor
muda (p. 3), abruptamente, o tempo verbal para o FUTURO DO PRETÉRITO DO
INDICATIVO? Que efeito discursivo o autor pretende construir? Explique.
_____________________________________________________________________________
09. O verbo “haver”, que é utilizado no texto,
poderia ser substituído por “existir”
ou “ter”, indiferentemente, conforme
exigências da variedade urbana de prestígio comum ao gênero discursivo em estudo?
Justifique sua resposta com um exemplo extraído do texto.
__________________________________________________________________________________
10. Em “Deixe-me ainda
fazer referência à concepção de justiça...” (p. 1); “[...] acesso escasso à
água...” (p. 2); “[...] alta vulnerabilidade a riscos climáticos.” (p. 2);
“[...] que são mais vulneráveis a estas alterações climáticas.” (p. 3); “[...]
excludente em relação a um compromisso moral...” (p. 3), registramos, em alguns
casos, o uso do acento grave indicador de crase e, por outo lado, a ausência
desse sinal. Diante disso, explique as questões semânticas atreladas aos
aspectos gramaticais.
_________________________________________________________________________________
11. Como pode ser
conferido, o autor ora utiliza a 1ª. pessoa do singular, ora a 3ª. pessoa do
plural ou a 1ª. pessoa do plural. Reescreva um exemplo para cada ocorrência e
procure explicar as razões prováveis para tais escolhas do autor.
__________________________________________________________________________________
12. Em “[...] o meio ambiente
significa áreas verdes, parques, silêncio e ar despoluído...”, a palavra “despoluído”,
do ponto de vista morfológico, recebe um prefixo
e continua com a mesma função, porém com efeito semântico diferente. Assim sendo, por que o autor teria escolhido
tal termo e não um adjetivo como “limpo”
ou como “puro”. Justifique.
_________________________________________________________________________________
13. Em “É importante
evidenciar aqui um caráter
discriminatório entre os diversos grupos e classes sociais, pois enquanto para grupos
sociais com maior poder aquisitivo o meio-ambiente significa áreas verdes,
parques, silêncio e ar despoluído, para grupos sociais marginalizados...” (p.
1), as palavras destacadas apresentam os seguintes valores semânticos,
respectivamente:
_________________________________________________________________________________
14. Quanto aos
critérios de textualidade, destaque no texto: intencionalidade, aceitabilidade
e situacionalidade. Para
exemplificar, destaque fragmentos do texto para os três itens.
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15. Que estratégias
argumentativas são usadas pelo autor? Destaque pelo menos duas e as justifique.
__________________________________________________________________________________
16. Que linha
ideológica é criticada pelo autor do texto? Explique.
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17. Seria apropriado
usar as críticas presentes no texto para a realidade do Recife? Faça
considerações críticas, evidencie os problemas e dê exemplos locais.
__________________________________________________________________________________
18. “AQUECIMENTO GLOBAL”,
“SEQUESTRO DE CARBONO”, “ENERGIA VERDE”, “DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL” seriam
bons palpites para propostas de produção de texto tanto para o ENEM, quanto para o Sistema Seriado de
Avaliação (SSA) 3 da UPE. Assim sendo, escolha uma dessas sugestões e elabore
um esquema (um esboço de planejamento) de dissertação escolar.
______________________________________________________________________________
19. Sobre os dêiticos, extraia do texto dois
exemplos de itens lexicais que promovem a progressão textual e explique como
tais elementos fazem remissão.
______________________________________________________________________________
20. Explique o processo
de concordância verbal (apontando os referentes) dos verbos “ter” (aparece no lide), “manter” (no terceiro parágrafo, p. 1),
“deixar” (quanto parágrafo, p. 1), “dever” (sétimo parágrafo, p. 2) e “fazer” (último parágrafo, p. 3).
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