domingo, 30 de julho de 2023

LER E COMPREENDER - NOÇÕES DE LINGUÍSTICA TEXTUAL - ANÁLISE LINGUÍSTICA - III UNIDADE DIDÁTICA - 2023 - ENSINO MÉDIO



🙋ENSINO MÉDIO -  1os. ANOS 👀

Identidade digital é chave para uma vida conectada e mais segura

Soluções que unificam os universos real e virtual ganham força ao eliminar senhas e aumentar a segurança para indivíduos e empresas

1.        Promove inclusão e gera mais oportunidades

Identidade digital tem potencial de ajudar os países e acelerar o desenvolvimento inclusivo, melhorando a prestação de serviços, aumentando a inclusão financeira, reduzindo as desigualdades e ampliando o acesso a serviços como saúde e seguridade social.

2.        Evita fraudes e perdas financeiras

Com a pandemia e a digitalização acelerada, a importância de uma identidade digital segura ficou ainda mais evidente. Trabalho remoto, ensino online, transações bancárias, emissão de documentos e teleconsultas médicas, por exemplo, demandam sistemas mais seguros, capazes de verificar identidades e validar certificados. E a tendência é de alta com o crescimento da Internet das Coisas (IoT) e expansão da rede 5G.

3.        Gera eficiência e economia

Relatório da McKinsey realizado em sete países (incluindo o Brasil) indica que a adoção de identidades digitais poderia gerar um valor estimado em 13% do PIB até 2030. Além disso, os governos poderiam economizar 110 bilhões de horas de serviços e as empresas conseguiriam aumentar sua eficiência, reduzindo custos, combatendo as fraudes de maneira efetiva e poupando até US$ 1,6 trilhão com utilização de ID digital.

4.        Facilita a vida do cidadão

O “onlife[1]” que vivemos hoje exige uma infinidade de senhas, cartões magnéticos, tokens[2], chaves e crachás. Além de simplificar o dia a dia dos usuários, a identidade digital única ainda aumenta a segurança de seus acessos e interações, incluindo transações bancárias, assinatura de documento de impostos, reduzindo o risco de perda de dinheiro e de reputação.

A vida hiperconectada de hoje em dia é bastante complexa, mas pouco eficiente, especialmente no que diz respeito à segurança dos mais variados tipos de acessos e transações. É necessário utilizar uma série de documentos físicos de identificação, além de chaves, crachás e cartões, por exemplo. Ao mesmo tempo, também somos obrigados a lidar com uma infinidade de senhas, formulários e solicitações de informações online. Precisamos nos identificar diversas vezes ao dia, para inúmeras atividades cotidianas: logar[3] no computador, fazer uma transferência bancária, desbloquear o celular, usar serviços via aplicativos ou fazer compra online, por exemplo. Mesmo assim, a cada dois segundos uma pessoa é vítima de fraude no Brasil. Ou seja, é uma conta que não fecha e que rouba tempo e energia do cidadão.

Nesse universo “figital[4]”, que aboliu as fronteiras entre físico e digital, é preciso mais do que nunca uma solução segura que facilite a vida, garantindo de forma inequívoca que cada pessoa seja de fato quem ela diz ser. Essa inovação tem nome e é cada vez mais utilizada no Brasil e no mundo: identidade digital ou simplesmente ID digital, solução que de acordo com Fabiola Greve, diretora do instituto de Computadores da Universidade Federal da Bahia (IC/UFBA), é a mola para a segurança dos indivíduos e das organizações nessa nova era da web 3.0.

As projeções apoiam sua opinião. Globalmente, o mercado de soluções de identidade digital deve altar de US$ 23,3 bilhões  em 2021 para US$ 49,5 bilhões, segundo estimativa da Research and Markets. “No figital, é imprescindível conceder às pessoas, coisas e organizações uma única identidade, que possa ser universal e atenda a todos os rigores de segurança”, explica.

A ID digital nada mais é do que um mecanismo para a identificação digital e segura de indivíduo, sem contato pessoal, que já vem sendo utilizada para sustentar diversas plataformas digitais, serviços eletrônicos e sistemas de pagamento digitais. “A ID digital é muito diferente de uma imagem digital do RG ou CPF, porque reúne um conjunto de informações, dados, documentos e comportamentos que garantem sua identificação no meio digital”, explica Paulo Alencastro, cofundador da Único[5], primeira IDTech brasileira a oferecer soluções de identidade digital, como biometria facial e admissão digital. Fundada em 2007 por Diego Martins, Rui Jordão e Alencastro, a Único tem hoje como clientes mais de 800 empresas, entre os principais bancos e grandes varejistas do Brasil.

BENEFÍCIOS DA ID DIGITAL

A ID digital entrega benefícios tanto para os usuários quanto para empresas e governos. Um dos principais, que vale para todos os envolvidos, é a segurança. “Uma identidade digital confiável ajuda, acima de tudo, a mitigar o problema de fraude  de identidade, que causa muitos prejuízos para a sociedade”, afirma Alencastro. Para termos uma ideia do que ele está falando, apenas em 2021, a Unico evitou que mais de 1 milhão de pessoas tivessem sua identidade fraudada, evitando um prejuízo estimado em R$ 70 bilhões.

Essa segurança é fornecida por meio da verificação de uma série de atributos, que geralmente mesclam dados biométricos faciais, que são o meio mais seguro de identificação pessoal porque envolve características biológicas únicas que só aquele indivíduo possui, com documentos oficiais e informações de governos e instituições bancárias. “Na Unico, o nível de acuracidade da identidade de cada pessoa depende de constantes interações com nossos clientes. A cada contato, uma nova imagem é capturada e confrontada com a nossa base, que devolve uma informação confirmando que a pessoa é quem diz ser”, complementa Alencastro. “Não é algo específico em um único momento, mas algo que acontece várias vezes por dia na vida das pessoas”.

Para empresas, pessoas e governos, a praticidade da ID digital tem ainda outra vantagem clara. Ela oferece redução de custos operacionais ao dispensar diversas etapas burocráticas de autenticação e vaivém de documentos e formulários. Um estudo da McKinsey de 2019 apontou que a adoção da identidade digital poderia ajudar a poupar cerca de 110 bilhões de horas por meio de serviços de governo eletrônicos amplificados. Além disso, instituições poderiam se beneficiar  de melhorias no cadastro de clientes, reduzindo custos em até 90%, e evitando fraudes, economizando até US$ 1,6 trilhão globalmente.

A identidade digital também proporciona melhores experiências para as pessoas, que não precisam perder tempo, energia ou até dinheiro em processos lentos e ineficientes, estejam elas no papel de cidadão, cliente ou funcionário.

Hoje, a principal tecnologia por trás da ID digital da Único é um meio eficiente para autenticação de indivíduos, como explica Alencastro. “A biometria facial que utilizamos é prática, extremamente segura e ideal para o figital, porque pode ser usado igualmente no ambiente digital, no físico”, afirma. Por mês, a Único tem em média 25 milhões de autenticações. Detalhe: a cada 67, uma é tentativa de fraude.

O ideal é que a identidade digital seja um documento de identificação único utilizado globalmente em qualquer plataforma. “Ela deve contemplar todo o conjunto de relações significativas que o indivíduo estabelece com a sociedade”, afirma Fabíola. Isso quer dizer que, por exemplo, sua profissão faria parte da sua identidade, assim como seus dados médicos e financeiros , entre outros.

Também há a expectativa de que, com a tecnologia, cada pessoa possa decidir para quem, quando e com qual finalidade quer disponibilizar suas informações pessoais. “Considerando essa perspectiva, uma ID digital segura será ainda mais imprescindível e os ganhos serão imensos, sobretudo na facilidade de interação do indivíduo com os diversos ecossistemas, na oferta de serviços por parte das várias organizações, e, claro, no respeito à privacidade do cidadão e alinhamento às leis gerais de proteção de dados”, diz ela. “Ainda não estamos nesse estágio, mas chegaremos lá.”

 (Disponível em: https://estudio.folha.uol.com.br/unico/2022/05/identidade-digital-e-chave-para-uma-vida-conectada-e-mais-segura. Acesso em: 25 jul. de 2022.

 

ATENÇÃO! Use o caderno para ampliar as respostas.

01.     Destaque duas estratégias argumentativas utilizadas no texto. Em seguida, escreva esses dois fragmentos no caderno e justifica a sua escolha.

______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

02.     A partir da ideia central do texto que é anunciada na manchete, leia todo o conteúdo e explique a existência ou ausência de um posicionamento crítico (que poderia aparecer de forma implícita ou explícita).

______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

03.     O que poderia ser entendido como apelo utilitarista? Dê um exemplo com um fragmento e com a devida justificativa.

______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

04.      O texto menciona quem terá a responsabilidade pelo armazenamento dos dados? Na sequência, responda: caso não exista uma regulamentação adequada, quais são as possíveis consequências para a sociedade em geral?

______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

05.     No último parágrafo, que tempo verbal (e modo) reforça (m) a ideia de “certeza” a partir do juízo de valor implícito? Argumente.

______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

06.     Que justificativa pode ser registrada com finalidade apelativa? Que tempo verbal participa dessa circunstância?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________________

07.     Que benefícios poderiam ser incluídos ao texto e, por outro lado, que críticas poderiam ser levantadas? Justifique.

______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

08.     Depois da leitura atenta do texto, explique o que poderia ser considerado como juízo de valor e como fato.

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________



[1] Nova experiência de realidade hiperconectada na qual não faz mais sentido perguntar para determinado sujeito se ele está on-line ou off-line.

[2] Dispositivo eletrônico gerador de senhas.

[3] Ter acesso à área reservada de um site ou programa de computador.

[4] Físico e digital ao mesmo tempo.

[5] IDtech brasileira especialista em identidade digital.


🙋ENSINO MÉDIO - 3os ANOS 👀

Racismo ambiental no Brasil e no mundo

Entendendo a injustiça ambiental

Embora estejamos falando de desastres ambientais, esses fenômenos também se relacionam com questões de justiça, pois revelam um flagrante desrespeito aos direitos humanos, uma vez que os mais atingidos têm sido os socialmente mais vulneráveis.

(Le Monde Diplomatique, 29 de junho de 2023)

Samarco se rompeu, jogando rejeitos na bacia do Rio Doce, destruindo uma cidade próxima e matando ao menos 19 pessoas. Das vítimas imediatas do rompimento, 84,5% eram negras. O cenário se repetiu em 2019, na cidade de Brumadinho, também em Minas Gerais. Os dois bairros mais impactados pela onda de rejeitos tinham como maior parte da população pessoas pobres e negras. Com isso, surge o importante questionamento: os desastres ecológicos e as mudanças climáticas também respondem aos vieses, preconceitos e discriminação de toda ordem que pautam as estruturas sociais, conectando-se com importantes questões de justiça?

Nesse sentido, é importante compreender o conceito de justiça ambiental, que propõe uma reflexão a respeito da necessidade de assegurar de forma equitativa a distribuição de ônus e bônus ambientais conforme critérios aceitos socialmente. É injusto que as principais consequências ambientais negativas recaiam apenas em um grupo social, a saber, os mais vulneráveis socialmente, como pobres, indígenas e quilombolas, no caso brasileiro. As reivindicações por justiça ambiental são manifestações relativamente recentes das sociedades contemporâneas, iniciadas na década de 60 e ligadas aos movimentos dos direitos civis para os afrodescendentes nos EUA, e buscam acusar e reverter o tratamento desigual dispensado em relação a grupos étnicos vulneráveis. Diz corretamente Rogério Rammê, em sua dissertação de mestrado.

Mas por que esses seriam casos de injustiça ambiental? Exatamente porque são situações que ferem os direitos humanos, uma vez que as ações das pessoas que provocam desequilíbrio ecológico provocam igualmente várias situações que representam uma negação da dignidade humana a certos grupos sociais, especialmente aqueles em situação de pobreza e vulnerabilidade social. Isso porque não é possível conceber como vida digna morar em locais de risco, sem água tratada, esgoto, locais em que a todo momento podem ocorrer deslizamentos e soterramento de pessoas. É importante evidenciar aqui um caráter discriminatório entre os diversos grupos e classes sociais, pois enquanto para grupos sociais com maior poder aquisitivo o meio ambiente significa áreas verdes, parques, silêncio e ar despoluído, para grupos sociais marginalizados e excluídos significa a limpeza de córregos imundos e a proteção contra inundações e deslizamento de encostas. Como já considerado pela própria ONU em sua resolução (Human right and the environment (Direitos Humanos e Meio Ambiente) n. 1990/41, a degradação ambiental é causada de alterações irreversíveis ao meio ambiente, ameaçando ecossistemas que mantêm a vida, a saúde e o bem-estar humanos.

Deixem-me ainda fazer referência à concepção de injustiça tal como apresentada por Judith Shklar para melhor compreender por que esses casos referidos seriam classificados como injustiça ambiental. Em The Forces of Injustice (Yale University Press, 1990), ela defende que o fenômeno da injustiça ocorre quando as vítimas estão presentes, sendo um caso particular e individual de arbitrariedade, de forma que a história, a cultura e o status são fundamentais para a compreensão do fenômeno. Ela inicia a obra fazendo uma distinção importante para nossos propósitos: como saber quando um desastre é uma fatalidade ou uma justiça? Para ela, se é causado por uma força externa da natureza, como um furação, é uma desgraça e devemos nos resignar ao sofrimento. Por outro lado, se é causado por um agente com má intenção, que toma uma decisão deliberada, se trata de injustiça, de forma que devemos expressar uma forte indignação. Por exemplo, um terremoto é claramente um evento natural, mas os danos causados por ele podem ter causas pessoais ou sociais relevantes, como quando construtores não seguiram o plano correto de construção para economizar no material, ou mesmo no caso das autoridades públicas não terem feito nada para se preparar para essa eventualidade. É importante ressaltar que Shklar defende que a percepção das enchentes, alagamentos, rompimentos de barragens, invasão de territórios, acesso escasso à água e esgoto tratado ou coleta de lixo são algumas das situações que evidenciam o racismo e a injustiça ambiental que grupos vulneráveis vivenciam ao longo da vida em nosso país, consistindo a injustiça no tratamento arbitrário e preconceituoso que certos grupos recebem, sobretudo, das autoridades públicas.

Mas ainda há outra forma de injustiça ambiental que pode ser percebida especialmente na relação entre países, ou na relação entre pessoas que vivem em diferentes países e isso porque os países mais ricos são os que mais poluem, mas os problemas ambientais aparecem mais acentuadamente nos países mais pobres. Por exemplo, entre os países baixos mais poluidores estão Estados Unidos, China, Rússia, Japão e Alemanha, enquanto entre os países mais poluídos estão Bangladesh, Iraque, Paquistão, Índia, Kuwait, entre outros. A respeito da isonômica distribuição de ônus ambientais em nível mundial, o Relatório de Desenvolvimento Humano 2007/2008 do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), intitulado “Combatendo a mudança climática: solidariedade humana num mundo dividido”, destaca que os países pobres apenas contribuem de modo ínfimo para o aquecimento global, contudo, são eles que mais sofrem e sofrerão os resultados imediatos das mudanças do clima no planeta. No mesmo sentido, Anthony Giddens, em A Política da Mudança Climática (Zahar, 2010) afirma que “a maior parte das emissões que causam a mudança climática foi gerada pelos países industrializados, porém seu impacto se fará sentir com mais intensidade nas regiões mais pobre do mundo” (2010, p. 259).

Exemplo disso seriam os casos de injustiça climática, em que o aquecimento global afeta as regiões de planeta de forma diferente. Estudo recente do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) mostra que cerca de 3,3 a 3,6 bilhões de pessoas estão altamente expostas a mudanças do clima. O relatório esclarece que há uma relação direta entre o subdesenvolvimento e a alta vulnerabilidade a riscos climáticos. O estudo também aponta que, entre 2010 e 2020, a mortalidade humana por inanições, secas e tempestades, foi 15 vezes maior em regiões altamente vulneráveis, como partes da África, sul da Ásia, América Latina e pequenos estados insulares.

[...] A governaça climática está ligada ao desenvolvimento dos países e ao bem-estar da natureza assim como das pessoas, considerando que a construção de soluções ambientais é um processo complexo e de escala global que envolve todos os níveis e é relevante para todos os setores da sociedade. Nesse âmbito devem-se aprovar leis (nacionais e internacionais) de proteção ambiental que evitem injustiças e exijam um tratamento equitativo para todas as pessoas independentemente da cor, nacionalidade ou renda, garantindo que toda pessoa deve ter igual proteção dos riscos ambientais à sua saúde.

A outra linha de ação estaria mais voltada para a consciência individual das pessoas, de forma a se desenvolver uma responsabilidade socioambiental, o que deveria conduzir a um tipo de consumo mais austero ou comedido, considerando a vida como interdependente da vida do planeta. Estamos acostumados a pensar que os problemas ambientais seriam resolvidos apenas por leis de proteção socioambiental, o que não está errado. Mas, para além disto, não podemos esquecer que muitos problemas ambientais (se não todos) são gerados pelo tipo de produção e consumo que temos em sociedade contemporâneas, caracterizadas pela produção predatória em larga escala e consumismo. Assim, penso que é relevante refletir sobre nossa responsabilidade em consumir de forma mais sustentável, apostando e incentivando um tipo de consumo mais austero, consumindo o necessário para viver bem, mas considerando os limites apropriados deste consumo, Seria uma maneira de se pensar na necessidade da aquisição da virtude da moderação ou temperança como uma virtude pública central para se alcançar tanto a sustentabilidade como a solidariedade. Nesse sentido, creio que temos muito que aprender como os povos originários no Brasil, que têm um modelo produtivo de subsistência que não está baseado no consumo, conectando de forma orgânica o valor intrínseco da natureza e o bem-estar da comunidade.

Este modelo alternativo coloca em xeque a crença desenvolvimentista e consumista de que os recursos naturais são infindáveis e de que a natureza existe para ser desfrutada...

Assim, a lição aqui seria questionar a ideia ilusória de que maior consumo implicaria necessariamente em maior felicidade, uma vez que os recursos naturais são finitos e os problemas ambientais estão conectados com os problemas sociais. É claro que não devemos descuidar de exigir que os países façam leis ambientais que garantam os direitos humanos de forma irrestrita, bem como que façam acordos multilaterais para a diminuição de emissão de carbono, se comprometendo em limitar o aumento da temperatura global em 1,5º C. Outra medida seria concordar com o financiamento climático, de forma que os países desenvolvidos dariam apoio financeiro aos países em desenvolvimento, que são mais vulneráveis a estas alterações climáticas. Mas, isso não seria necessariamente excludente em relação a um compromisso moral com o bem-estar das outras pessoas e com o valor intrínseco da natureza, o que parece implicar um tipo de responsabilidade com a vida futura do planeta e da humanidade.  

Depois da leitura e reflexão sobre o texto, responda as questões que seguem:

01.  Sobre a memória, declarou Eduardo Galeano: “a memória guardará o que valer a pena. A memória sabe de mim mais que eu; e ela não perde o que merece ser salvo”. Por outro lado, no caso da memória coletiva, é possível que os acidentes ambientais, que trouxeram danos à natureza e às populações vulneráveis, tenham sido esquecidos pela população brasileira? Nessa direção, faça uma apreciação crítica.

___________________________________________________________________________

02.  Tomando por base a ideia central do texto, que propostas de intervenções podem ser arroladas (além daquelas que são elencadas no texto)? Por quê?

___________________________________________________________________________

03.   Que ideias implícitas podem ser extraídas a partir do texto em apreço? Explique.

___________________________________________________________________________

04.  Qual a relação entre os ideais CAPITALISTAS com a crítica presente no texto?

___________________________________________________________________________

05.  Destaque causa e consequências presentes no texto e, em seguida, explique de que forma essas circunstâncias contribuem para a sequência argumentativa.

___________________________________________________________________________

06.  Pesquise uma matéria jornalística sobre a ideia central do texto acima. Em seguida, aponte as semelhanças e diferenças entre os dois conteúdos (isto é, o pesquisado e o que está em estudo).

___________________________________________________________________________

07.  O texto cumpre os critérios de textualização de coesão e de coerência. Este tem relação com o conceito e aquele se ocupa em fazer a conexão sequencial. Assim sendo, cite um exemplo de adição e outro de disjunção. Em seguida, explique o efeito semântico nos dois casos.

___________________________________________________________________________

08.  Por que o autor muda (p. 3), abruptamente, o tempo verbal para o FUTURO DO PRETÉRITO DO INDICATIVO? Que efeito discursivo o autor pretende construir? Explique.

_____________________________________________________________________________

09.  O verbo “haver”, que é utilizado no texto, poderia ser substituído por “existir” ou “ter”, indiferentemente, conforme exigências da variedade urbana de prestígio comum ao gênero discursivo em estudo? Justifique sua resposta com um exemplo extraído do texto.

__________________________________________________________________________________

10.  Em “Deixe-me ainda fazer referência à concepção de justiça...” (p. 1); “[...] acesso escasso à água...” (p. 2); “[...] alta vulnerabilidade a riscos climáticos.” (p. 2); “[...] que são mais vulneráveis a estas alterações climáticas.” (p. 3); “[...] excludente em relação a um compromisso moral...” (p. 3), registramos, em alguns casos, o uso do acento grave indicador de crase e, por outo lado, a ausência desse sinal. Diante disso, explique as questões semânticas atreladas aos aspectos gramaticais.

_________________________________________________________________________________

11.  Como pode ser conferido, o autor ora utiliza a 1ª. pessoa do singular, ora a 3ª. pessoa do plural ou a 1ª. pessoa do plural. Reescreva um exemplo para cada ocorrência e procure explicar as razões prováveis para tais escolhas do autor.

__________________________________________________________________________________

12.  Em “[...] o meio ambiente significa áreas verdes, parques, silêncio e ar despoluído...”, a palavra “despoluído”, do ponto de vista morfológico, recebe um prefixo e continua com a mesma função, porém com efeito semântico diferente.  Assim sendo, por que o autor teria escolhido tal termo e não um adjetivo como “limpo” ou como “puro”. Justifique.

_________________________________________________________________________________

13.  Em “É importante evidenciar aqui um caráter discriminatório entre os diversos grupos e classes sociais, pois enquanto para grupos sociais com maior poder aquisitivo o meio-ambiente significa áreas verdes, parques, silêncio e ar despoluído, para grupos sociais marginalizados...” (p. 1), as palavras destacadas apresentam os seguintes valores semânticos, respectivamente:

_________________________________________________________________________________

14.  Quanto aos critérios de textualidade, destaque no texto: intencionalidade, aceitabilidade e situacionalidade. Para exemplificar, destaque fragmentos do texto para os três itens.

__________________________________________________________________________________

15.  Que estratégias argumentativas são usadas pelo autor? Destaque pelo menos duas e as justifique.

__________________________________________________________________________________

16.  Que linha ideológica é criticada pelo autor do texto? Explique.

__________________________________________________________________________________

17.  Seria apropriado usar as críticas presentes no texto para a realidade do Recife? Faça considerações críticas, evidencie os problemas e dê exemplos locais.

__________________________________________________________________________________

18.  “AQUECIMENTO GLOBAL”, “SEQUESTRO DE CARBONO”, “ENERGIA VERDE”, “DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL” seriam bons palpites para propostas de produção de texto tanto para o ENEM, quanto para o Sistema Seriado de Avaliação (SSA) 3 da UPE. Assim sendo, escolha uma dessas sugestões e elabore um esquema (um esboço de planejamento) de dissertação escolar.

______________________________________________________________________________

19.  Sobre os dêiticos, extraia do texto dois exemplos de itens lexicais que promovem a progressão textual e explique como tais elementos fazem remissão.

______________________________________________________________________________

20.  Explique o processo de concordância verbal (apontando os referentes) dos verbos “ter” (aparece no lide), “manter” (no terceiro parágrafo, p. 1), “deixar” (quanto parágrafo, p. 1), “dever” (sétimo parágrafo, p. 2) e “fazer” (último parágrafo, p. 3).

_________________________________________________________________________________

Nenhum comentário:

Postar um comentário