LITERATURA
ROMANTISMO - 2o. ANO A - ENSINO MÉDIO - AULA 003
Atenção! Em processo de construção e revisão.
ROMANTISMO NO BRASIL (resumo da aula)
Leonardo Ferreira da Silva
O
Romantismo foi introduzido no Brasil com a publicação do livro "Suspiros
Poéticos e Saudades", de Domingos José Gonçalves de Magalhães, em 1836.
Apesar do lançamento ter sido na França em "Niterói - Revista Brasiliense", o
autor brasileiro inaugura o movimento romântico no Brasil.
Como
tenho dito nas minhas aulas, o Romantismo brasileiro foi fortemente marcado
pela literatura europeia. Assim, autores como Johann Wolfgang Goethe, Walter Scott,
George Gordon Byron, Victor Hugo, François-René de Chateaubriand e Almeida
Garrett são exemplos marcantes da influência estrangeira na produção literária
do Brasil.
Didaticamente, podemos dividir a poesia em três fases, quais sejam: (i) Primeira
Fases, que é denominada Nacional ou Indianista; (ii) Segunda Fase, que é tida
como: Mal do Século (em decorrência do surto de tuberculose da época, o período recebeu essa denominação),
Ultrarromântica ou Byroniana (porque essa fase recebeu forte influência de Lord
Byron, já citado acima) e (iii) Terceira Fase, que ficou conhecida como Social,
Libertária ou Condoreira (metáfora do condor).
O
elemento indígena foi tema central de autores como Antônio Gonçalves Dias e
José Martiniano de Alencar. Como se sabe, Gonçalves Dias se destacou com seus
poemas e, na prosa, José de Alencar traçou a 'imagem' do indígena, especialmente, nos
livros: Iracema, Ubirajara e O Guarani.
Quero destacar, nesta parte introdutória, as produções que remetem ao
Romantismo nas artes plásticas e na música: Nesse sentido, evidencio a tela
Iracema (1881), de José Maria de Medeiros e Marabá (1882), de Rodolfo Amoedo.
Na música, convém destacar a ópera "Il Grarany", de Antônio Carlos
Gomes (1870). Conforme prometi, ofereço um link que levará o
internauta a uma pequena demonstração da peça musical.
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👉👉 https://www.youtube.com/watch?v=rRUMTl4gIng
Abertura de O Guarani, de Antônio Carlos Gomes
(1836-1896)
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Ao
apreciarmos essa parte da composição sugerida acima, notamos a grande
envergadura artística do músico brasileiro, que levou para o mundo imagens que
remetem à produção de Alencar.
No
entanto, vale advertir que essa percepção não é unânime, pois alguns críticos
literários e outros estudiosos têm uma visão antagônica a essa. Refiro-me aos
"deslizes" de José de Alencar, ao representar o nativo. Embora o
escritor cearense tenha "pintado" uma imagem fantasiosa (e até
heroica) de Peri, estudiosos, como Alfredo Bosi, fazem críticas ácidas a essa
concepção. Para melhor entendermos, a seguir, irei transcrever um excerto de
"O Guarani":
"Uma simples túnica de algodão,
a que os indígenas chamam aimará, apertada à cintura por uma faixa de penas
escarlates, caía-lhe dos ombros até ao meio da perna, e desenhava o talhe
delgado e esbelto como um junco selvagem.
Sobre a alvura diáfana do algodão, a
sua pele, cor de cobre, brilhava com reflexos dourados; os cabelos pretos
cortados rentes, a tez lisa, os olhos grandes com os cantos exteriores
erguidos para a fronte; a pupila negra, móbil, cintilante; a boca forte mas bem
modelada e guarnecida de dentes alvos, davam ao rosto pouco oval a beleza inculta
da graça, da força e da inteligência.
Tinha a cabeça cingida por uma fita
de couro, à qual se prendiam do lado esquerdo duas plumas matizadas, que
descrevendo uma longa espiral, vinham roçar com as pontas negas o pescoço
flexível.
Era de alta estatura; tinha as mãos
delicadas; a perna ágil e nervosa, omada com uma axorca de frutos amarelos,
apoiava-se sobre as flechas com a mão direita caída, e com a esquerda mantinha
verticalmente diante de si um longo forcado de pau enegrecido pelo fogo".
Esse
fragmento da obra revela uma imagem do indígena, que remete ao mito do
"bom selvagem", de Jean-Jacques Rousseau, na qual "o homem nasce
puro e inocente em seu estado natural, porém a sociedade o corrompe"
(...)
Na
sequência, faço uma "ponte" entre o indígena representado em Alencar
e, guardadas as devidas proporções, o indígena inserido no "cenário brasileiro" em pleno século XXI. Em minhas
aulas, trago algumas reflexões contextuais sobre as comunidades indígenas, que
têm resistido ao longo dos séculos. Nesse contexto, convém exibir o censo de
2010 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) que revela um
contingente de, aproximadamente, 800 mil indígenas no Brasil. Ao constatar que o número de
indígenas vem diminuindo a cada ano, levanto questionamentos para que os
estudantes possam discorrer sobre o assunto. Nesse sentido, pretendo
oferecer uma reflexão crítica sobre questões que envolvem essas pessoas e, ao
mesmo tempo, trago, com certa frequência, temas transversais, a fim de que os
estudantes possam compreender as diferentes perspectivas que o assunto exige.
Além disso, faço menção das publicações jornalística sobre o assunto (por
exemplo, matéria que trata da chegada de Covid-19 "a região próxima de
indígenas isolados do Amazonas", 👉 https://veja.abril.com.br/noticias-sobre/indios/). Assim, procuro mostrar o 'panorama' atual dos
povos indígenas a partir de periódicos nacionais e internacionais, bem como,
aprofundo o debate com inserções de teorias do campo da sociologia e da
antropologia.
(...)
EM CONSTRUÇÃO...
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