quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

2o ANO - A - ENSINO MÉDIO - ROMANTISMO - AULA 003

 LITERATURA 

ROMANTISMO - 2o. ANO A - ENSINO MÉDIO - AULA 003

Atenção! Em processo de construção e revisão.


ROMANTISMO NO BRASIL (resumo da aula)

Leonardo Ferreira da Silva

          O Romantismo foi introduzido no Brasil com a publicação do livro "Suspiros Poéticos e Saudades", de Domingos José Gonçalves de Magalhães, em 1836. Apesar do lançamento ter sido na França em "Niterói - Revista Brasiliense", o autor brasileiro inaugura o movimento romântico no Brasil. 

          Como tenho dito nas minhas aulas, o Romantismo brasileiro foi fortemente marcado pela literatura europeia. Assim, autores como Johann Wolfgang Goethe, Walter Scott, George Gordon Byron, Victor Hugo, François-René de Chateaubriand e Almeida Garrett são exemplos marcantes da influência estrangeira na produção literária do Brasil.

          Didaticamente, podemos dividir a poesia em três fases, quais sejam: (i) Primeira Fases, que é denominada Nacional ou Indianista; (ii) Segunda Fase, que é tida como: Mal do Século (em decorrência do surto de tuberculose da época, o período recebeu essa denominação), Ultrarromântica ou Byroniana (porque essa fase recebeu forte influência de Lord Byron, já citado acima) e (iii) Terceira Fase, que ficou conhecida como Social, Libertária ou Condoreira (metáfora do condor). 

          O elemento indígena foi tema central de autores como Antônio Gonçalves Dias e José Martiniano de Alencar. Como se sabe, Gonçalves Dias se destacou com seus poemas e, na prosa, José de Alencar traçou a 'imagem' do indígena, especialmente, nos livros: Iracema, Ubirajara e O Guarani. 

          Quero destacar, nesta parte introdutória, as produções que remetem ao Romantismo nas artes plásticas e na música: Nesse sentido, evidencio a tela Iracema (1881), de José Maria de Medeiros e Marabá (1882), de Rodolfo Amoedo. Na música, convém destacar a ópera "Il Grarany", de Antônio Carlos Gomes (1870). Conforme prometi, ofereço um link que levará o internauta a uma pequena demonstração da peça musical.

.......................................     

👉👉 https://www.youtube.com/watch?v=rRUMTl4gIng

Abertura de O Guarani, de Antônio Carlos Gomes (1836-1896)

.......................................

          Ao apreciarmos essa parte da composição sugerida acima, notamos a grande envergadura artística do músico brasileiro, que levou para o mundo imagens que remetem à produção de Alencar. 

          No entanto, vale advertir que essa percepção não é unânime, pois alguns críticos literários e outros estudiosos têm uma visão antagônica a essa. Refiro-me aos "deslizes" de José de Alencar, ao representar o nativo. Embora o escritor cearense tenha "pintado" uma imagem fantasiosa (e até heroica) de Peri, estudiosos, como Alfredo Bosi, fazem críticas ácidas a essa concepção. Para melhor entendermos, a seguir, irei transcrever um excerto de "O Guarani":

"Uma simples túnica de algodão, a que os indígenas chamam aimará, apertada à cintura por uma faixa de penas escarlates, caía-lhe dos ombros até ao meio da perna, e desenhava o talhe delgado e esbelto como um junco selvagem.

Sobre a alvura diáfana do algodão, a sua pele, cor de cobre, brilhava com reflexos dourados; os cabelos pretos cortados rentes, a tez lisa, os olhos grandes com os cantos exteriores  erguidos para a fronte; a pupila negra, móbil, cintilante; a boca forte mas bem modelada e guarnecida de dentes alvos, davam ao rosto pouco oval a beleza inculta da graça, da força e da inteligência. 

Tinha a cabeça cingida por uma fita de couro, à qual se prendiam do lado esquerdo duas plumas matizadas, que descrevendo uma longa espiral, vinham roçar com as pontas negas o pescoço flexível.

Era de alta estatura; tinha as mãos delicadas; a perna ágil e nervosa, omada com uma axorca de frutos amarelos, apoiava-se sobre as flechas com a mão direita caída, e com a esquerda mantinha verticalmente diante de si um longo forcado de pau enegrecido pelo fogo". 

          Esse fragmento da obra revela uma imagem do indígena, que remete ao mito do "bom selvagem", de Jean-Jacques Rousseau, na qual "o homem nasce puro e inocente em seu estado natural, porém a sociedade o corrompe" (...) 

          Na sequência, faço uma "ponte" entre o indígena representado em Alencar e, guardadas as devidas proporções, o indígena inserido no "cenário brasileiro" em pleno século XXI. Em minhas aulas, trago algumas reflexões contextuais sobre as comunidades indígenas, que têm resistido ao longo dos séculos. Nesse contexto, convém exibir o censo de 2010 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) que revela um contingente de, aproximadamente, 800 mil indígenas no Brasil. Ao constatar que o número de indígenas vem diminuindo a cada ano, levanto questionamentos para que os estudantes possam discorrer sobre o assunto.  Nesse sentido, pretendo oferecer uma reflexão crítica sobre questões que envolvem essas pessoas e, ao mesmo tempo, trago, com certa frequência, temas transversais, a fim de que os estudantes possam compreender as diferentes perspectivas que o assunto exige. Além disso, faço menção das publicações jornalística sobre o assunto (por exemplo, matéria que trata da chegada de Covid-19 "a região próxima de indígenas isolados do Amazonas", 👉 https://veja.abril.com.br/noticias-sobre/indios/). Assim, procuro mostrar o 'panorama' atual dos povos indígenas a partir de periódicos nacionais e internacionais, bem como, aprofundo o debate com inserções de teorias do campo da sociologia e da antropologia.

(...)   

EM CONSTRUÇÃO...

 


Nenhum comentário:

Postar um comentário