terça-feira, 26 de outubro de 2021

SIMBOLISMO

 🙋 2o. ANO - ENSINO MÉDIO - SIMBOLISMO 

PARTE 1

2º. ANO – LITERATURA – SIMBOLISMO – AULA ASSÍNCRONA – 18/10/2021.

Como mencionei nas aulas sobre Simbolismo, dois livros introduziram esse estilo de época no Brasil, isto é: Missal e Broquéis, ambos de autoria de Cruz e Sousa, em 1893. Diante disso, ofereço o poema “Antífona”, do livro Broquéis (poemas) e, na sequência, o texto “Tintas Marinhas”, do livro Missal (prosa). Além disso, trago a tela “Impressão, nascer do sol”, de Claude Monet, para a apreciação na interface com os dois textos escolhidos.

Leia e responda.

TEXTO 1



(Broquéis, de Cruz e Sousa).

01.  Que característica marcante do escritor Cruz e Sousa aparece no poema Antífona?

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02.  Que figura de som se evidencia no poema “Antífona”? Destaque o fragmento e explique a relevância dessa característica.

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Leia e responda:

 

SIMBOLISMO

PARNASIANISMO

Subjetivismo;

Linguagem vaga, fluida, que busca sugerir em vez de nomear;

Misticismo, religiosidade.

Objetivismo;

Linguagem precisa, objetiva, sofisticada;

 

Paganismo greco-latino.

 

03.  Tendo em vista as informações do quadro acima, que diferença marcante há entre a produção parnasiana e os textos do Simbolismo (considere os TEXTOS 1 e 2)? Exemplifique.

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Leia e responda.

TEXTO 2



(Missal, de Cruz e Sousa)

04.  A partir da leitura do texto “Tintas Marinhas”, de Cruz e Sousa, explique a ocorrência de sinestesia.

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05.  Apesar de “Tintas Marinhas” (do livro Missal) ser um texto em prosa, que imagens poéticas podem ser extraídas dessa composição?

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Observe a tela, compare com o TEXTO 2 e responda.





06.  Que relação simbólica pode ser estabelecida entre o texto “Tintas Marinhas”, de Cruz e Sousa e a tela “Impressão, nascer do sol”, de Claude Monet?

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PARTE 2 

01. Leia os seguintes versos:

Mais claro e fino do que as finas pratas

O som da tua voz deliciava...

Na dolência velada das sonatas

Como um perfume a tudo perfumava.

Era um som feito luz, eram volatas

Em lânguida espiral que iluminava,

Brancas sonoridades de cascatas...

Tanta harmonia melancolizava.

(SOUZA, Cruz e. “Cristais”, in Obras completas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1995, p. 86.)

Assinale a alternativa que reúne as características simbolistas presentes no texto:

a) Sinestesia, aliteração, sugestão.

b) Clareza, perfeição formal, objetividade.

c) Aliteração, objetividade, ritmo constante.

d) Perfeição formal, clareza, sinestesia.

e) Perfeição formal, objetividade, sinestesia.

02. Leia e responda.

Ficávamos sonhando horas inteiras,

Com os olhos cheios de visões piedosas:

Éramos duas virginais palmeiras,

Abrindo ao céu as palmas silenciosas.

As nossas almas, brancas, forasteiras,

No éter sublime alavam-se radiosas.

Ao redor de nós dois, quantas roseiras…

O áureo poente coroava-nos de rosas.

Era um arpejo de harpa todo o espaço:

Mirava-a longamente, traço a traço,

No seu fulgor de arcanjo proibido.

Surgia a lua, além, toda de cera…

Ai como suave então me parecera

A voz do amor que eu nunca tinha ouvido!

(Alphonsus de Guimaraens)

O texto exemplifica o seguinte princípio estético:

a) Sempre haverá uma poesia popular sem arte, e poetas populares sem apuro gramatical e métrico, versejando com o falar da gente rústica.

b) … jamais se deve arriscar o emprego de qualquer locução ambígua; sigo, como de costume, na esteira de Quintiliano (…)

c) Movimento de oposição à ordem estabelecida do Iluminismo, reúne um grupo de escritores para o qual o “gênio” se torna a palavra de ordem capaz de possibilitar a rejeição à disciplina e à tradição importada.

d) A busca de vagas sensações, dos estados indefinidos de alma, fazendo que a poesia se aproxime da música, tem como intuito “traduzir” um mundo de essências, um mais além, ora conhecido como o Ideal, ora como o Mistério, intraduzível por si mesmo.

e) Porém declaro desde já que não olhei regras nem princípios, que não consultei Horácio nem Aristóteles, mas fui insensivelmente depós o coração e os sentimentos da Natureza, que não pelos cálculos da arte e operações combinadas do espírito.

03. A questão a seguir refere-se ao texto adiante. Analise-a e assinale a alternativa incorreta.

Litania dos Pobres

(Cruz e Souza)

01-Os miseráveis, os rotos

São as flores dos esgotos

São espectros implacáveis

Os rotos, os miseráveis.

05-São prantos negros de furnas

Caladas, mudas, soturnas.

São os grandes visionários

Dos abismos tumultuários.

As sombras das sombras mortas,

10-Cegos, a tatear nas portas.

Procurando os céus, aflitos

12-E varando os céus de gritos.

Inúteis, cansados braços

Mãos inquietas, estendidas.

a) Na terceira estrofe há elipse do sujeito.

b) A quinta estrofe só se estende como havendo elipse do sujeito e do verbo.

c) 'A tatear'(v.10) tem valor de 'que tateiam', é oração adjetiva.

d) A vírgula após 'cegos' (v.10) é dispensável.

e) 'de'(v.12) indica posse.

04. Identifique nos versos finais do poema “O assinalado”, de Cruz e Sousa citados os elementos que caracterizam a poesia simbolista do autor. Depois assinale a alternativa correta.

“Tu és o Poeta, o grande Assinalado

que povoas o mundo despovoado,

de belezas eternas, pouco a pouco.

Na Natureza prodigiosa e rica

Toda a audácia dos nervos justifica

Os teus espasmos imortais de louco!”

a) A poesia é criação de belezas eternas.

b) A poesia é a linguagem que provoca a loucura do poeta.

c) O poeta se distingue dos mortais comuns porque é louco.

d) A natureza oculta a loucura do poeta.

e) O poeta á assinalado porque contribui para povoar o mundo.

05. Leia e responda.

O Estilo

(Cruz e Sousa)

“O estilo é o sol da escrita. Dá-lhe eterna palpitação, eterna vida. Cada palavra é como que um tecido do organismo do período. No estilo há todas as gradações da luz, toda a escala dos sons.

O escritor é psicólogo, é miniaturista, é pintor - gradua a luz, tonaliza, esbate e esfuminha os longes da paisagem.

Toda a força e toda a profundidade do estilo está em saber apertar a frase no pulso, domá-la, não a deixar disparar pelos meandros da escrita.

O vocábulo pode ser música ou pode ser trovão, conforme o caso. A palavra tem a sua autonomia; e é preciso uma rara percepção estética, uma nitidez visual, olfativa, palatal e acústica, apuradíssima, para a exatidão da cor, da forma e para a sensação do som e do sabor da palavra.”

O texto expressa a visão de Cruz e Souza acerca da habilidade necessária ao escritor no que se refere ao estilo. ____________, poema de sua autoria que abre a obra intitulada _________, pode ser considerado um exemplo de tais ideias.

a) Acrobata da Dor - Missal

b) Vida Obscura - Broquéis

c) Sorriso Interior - Faróis

d) Violões que Choram - Missal

e) Antífona - Broquéis

06. Assinale a alternativa cujos termos preenchem corretamente as lacunas do texto inicial.

Pode-se afirmar que a poesia .................. não teve, entre nós, a mesma repercussão que teve na Europa. De qualquer modo, essa poética voltada para as sonoridades, os amplos espaços, o Absoluto, o desejo do infinito, e estilisticamente apoiada em sinestesias, enumerações, assonâncias e aliterações, permitiu a ..................... consagrar-se com seus versos.

a) pré-romântica - Casimiro de Abreu.

b) pré-modernista - Raimundo Correia.

c) neoclássica - Basílio da Gama.

d) simbolista - Cruz e Sousa.

e) parnasiana - Machado de Assis.

07. Com base na leitura de Broquéis, de Cruz e Sousa, é INCORRETO afirmar que se trata de uma poesia

a) de tendência naturalista, que se compraz na descrição mórbida dos sentimentos, embora mostre otimismo em relação ao homem.

b) próxima da música, não apenas no plano temático, mas, sobretudo, no trabalho detalhista da sonoridade.

c) abstrata, pois se afasta de situações cotidianas e, além disso, exprime um intenso sentimento de dor e de angústia.

d) de atmosfera intensamente misteriosa, criada pelo forte impulso de transfiguração da realidade imediata. 

e) a aliteração, o misticismo e a espiritualidade fazem parte das características da obra.

08. Leia e responda

Considere os versos que seguem.

Chorai, arcadas

Do violoncelo!

Convulsionadas

Pontes aladas

De pesadelo …

Trêmulos astros…

Solidões lacustres…

— Lemes e mastros…

E os alabastros

Dos balaústres!

(Camilo Pessanha)

Indique a alternativa correta.

a) Valoriza recursos estilísticos como o ritmo e a sonoridade, características da poesia simbolista.

b) Retoma da poesia palaciana a redondilha maior, os versos brancos e a estrutura paralelística.

c) Apresenta nítida influência da poesia Modernista, por causa da presença de versos curtos e da temática onírica.

d) Reforça a ideia do sofrimento amoroso, de nítida influência romântica.

e) Verificam-se características típicas do estilo neoclássico com a presença de linguagem rebuscada.

09. Leia e responda

Vida obscura

Ninguém sentiu o teu espasmo obscuro,

ó ser humilde entre os humildes seres,

embriagado, tonto de prazeres,

o mundo para ti foi negro e duro.

Atravessaste no silêncio escuro

a vida presa a trágicos deveres

e chegaste ao saber de altos saberes

tornando-te mais simples e mais puro.

Ninguém te viu o sentimento inquieto,

magoado, oculto e aterrador, secreto,

que o coração te apunhalou no mundo,

Mas eu que sempre te segui os passos

sei que cruz infernal prendeu-te os braços

e o teu suspiro como foi profundo!

SOUSA, C. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1961.

Com uma obra densa e expressiva no Simbolismo brasileiro, Cruz e Sousa transpôs para seu lirismo uma sensibilidade em conflito com a realidade vivenciada. No soneto, essa percepção traduz-se em

a) sofrimento tácito diante dos limites impostos pela discriminação.

b) tendência latente ao vício como resposta ao isolamento social.

c) extenuação condicionada a uma rotina de tarefas degradantes.

d) frustração amorosa canalizada para as atividades intelectuais.

e) vocação religiosa manifesta na aproximação com a fé cristã.

10. Leia e responda

Cárcere das almas

Ah! Toda a alma num cárcere anda presa,

Soluçando nas trevas, entre as grades

Do calabouço olhando imensidades,

Mares, estrelas, tardes, natureza.

Tudo se veste de uma igual grandeza

Quando a alma entre grilhões as liberdades

Sonha e, sonhando, as imortalidades

Rasga no etéreo o Espaço da Pureza.

Ó almas presas, mudas e fechadas

Nas prisões colossais e abandonadas,

Da Dor no calabouço, atroz, funéreo!

Nesses silêncios solitários, graves, que chaveiro do Céu possui as chaves para abrir-vos as portas do Mistério?!

CRUZ E SOUSA, J. Poesia completa. Florianópolis: Fundação Catarinense de Cultura /Fundação Banco do Brasil, 1993.

 

Os elementos formais e temáticos relacionados ao contexto cultural do Simbolismo encontrados no poema Cárcere das almas, de Cruz e Sousa, são

a) a opção pela abordagem, em linguagem simples e direta, de temas filosóficos.

b) a prevalência do lirismo amoroso e intimista em relação à temática nacionalista.

c) o refinamento estético da forma poética e o tratamento metafísico de temas universais.

d) a evidente preocupação do eu lírico com a realidade social expressa em imagens poéticas inovadoras.

e) a liberdade formal da estrutura poética que dispensa a rima e a métrica tradicionais em favor de temas do cotidiano.

 

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