domingo, 11 de setembro de 2022

LÉXICO - SEMÂNTICA - PRAGMÁTICA - PROCESSO DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS - IV BIMESTRE - 2022

 🙋 PROCESSO DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS

💁 PARA O IV BIMESTRE 👀

Derivação => trata-se da formação de palavras por meio do acréscimo de afixos, quer dizer, ocorre quando somamos ao radical um prefixo ou um sufixo.

01. PREFIXAL OU POR PREFIXAÇÃO => ocorre quando acrescentamos um prefixo a uma palavra primitiva. Exemplos: compor, infiel, ultravioleta etc.


02. SUFIXAL OU POR SUFIXAÇÃO => acontece quando acrescentamos um sufixo à palavra geradora. Exemplos: bebedouro, maldade, felizmente etc.


03. PREFIXAL E SUFIXAL => neste caso, a palavra primitiva recebe um prefixo e um sufixo. Exemplos: deslealdade, infelizmente etc.


04. PARASSINTÉTICA OU POR PARASSINTETISMO => aqui, a palavra geradora só existe com um prefixo e um sufixo simultaneamente. Exemplos: enriquecer, ajoelhar, embarcar etc.


...............................................

05. Imprópria => neste particular, a palavra primitiva não sofre acréscimo nem decréscimo, mas ocorre uma mudança de classe. Exemplos: NÃO ESPALHE FAKE NEWS!, O não PRECISA SER USADO!

06. Regressiva => aqui, a palavra primitiva sofre redução. Exemplos: ajudar => ajuda; trabalhar => trabalho, sarampão => sarampo etc.

..............................................

COMPOSIÇÃO => é a formação de palavras pela união de dois ou mais semantemas (lexemas ou radicais).

Por aglutinação => ocorre quando os radicais sofrem alguma alteração ou supressão. Exemplos: Vinagre (vinho + acre); planalto (plano + alto) etc.

Por justaposição => acontece quando os radicais não passam por modificação. Exemplos: segunda-feira; passatempo, peixe-boi etc.

...............................................

Hibridismo processo de formação de palavras cujos radicais provêm de diferentes origens. Exemplos: automóvel = auto (grego) + móvel (latim); alcoolismo = álcool (árabe) + ismo (grego) etc.

Palavra-valise => ocorre quando unimos a parte inicial de uma palavra com a parte final de outra. Exemplos: portunhol, showmício etc.

Palavra decalque => sucede quando há cópia, imitação, plágio. Exemplos: supermercado (supermarket); cartão de crédito (credit card); montanha-russa (montagne  russe – fr.) etc.

Onomatopeia => consiste na reprodução de sons em geral. Exemplos: Miau, tique-taque, zunzum etc.

Abreviação => é o processo de redução natural de certas palavras, que começam na fala e ganham feição escrita. Exemplos:  pneu => _____________ ; cine => _____________ => ____________ ; foto => __________________ ; auto => _________________.

Abreviatura => é a redução na escrita, como ocorre em: p. ou pág. => página; cal => caloria; Sr. => Senhor etc.

Sigla => redução de locuções substantivas próprias às suas letras ou sílabas iniciais. Exemplos: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Organização das Nações Unidas (ONU); Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) etc.

Atenção! United Nations International Children’s Emergency Fund (UNICEF) => Fundo das Nações Unidas para a Infância) ou Acquired Immunodeficiency Syndrome (AIDS) => Síndrome da Imunodeficiência Adquirida.

Curiosidade

Etimologicamente, o elemento químico mercúrio (número atômico 80) provém do grego υδράργυρος (prata líquida). Em virtude da fluidez desse metal, a denominação “mercúrio” faz referência ao deus romano Mercúrio considerado o mensageiro dos deuses. Na tabela periódica dos elementos químicos, o mercúrio é representado pelo símbolo Hg, porque alude à palavra hydrargyrum. 


📖 ESTUDO DO LÉXICO APLICADO AO TEXTO

TEXTO 1 

Idosa volta a estudar aos 93 anos e sonha em virar escritora: “Vou escrever o livro da minha história”

Dona Maria Edelzuita aprendeu o ABC com a mãe, porque o pai não permitia que ela fosse à escola. Mãe de nove filhos, a moradora de Petrolina, PE, enfim conseguiu ir para a sala de aula.

Nove filhos, 16 netos, 15 bisnetos, um tataraneto, 93 anos e uma força de viver que faz inveja. Viúva desde fevereiro, dona Maria Edelzuita de Souza viu que a vida ainda tinha muito a oferecer e que dava tempo de realizar o sonho que sempre alimentou. Moradora de Petrolina, no Sertão de Pernambuco, a idosa quase não dormiu da terça (26) para a quarta-feira (27). A ansiedade que roubou o sono de dona Delza, como é conhecida, tem uma boa justificativa. Pela primeira vez, ela sairia de casa em direção à escola, para fazer o que sempre quis: estudar.

Dona Edelzuita está matriculada no Módulo 1 [Correspondente aos dois primeiros anos do ensino fundamental] da Educação de Jovens e Adultos (EJA), na Escola Estadual João Barracão. No primeiro dia de aula, a nova aluna chegou acompanhada de um dos filhos e de uma neta, invertendo os papéis de décadas atrás.

“É um prazer trazer a minha mãe. Quando a gente chegava [a escola] eu me lembrei de quando ela levava os nove filhos. Sempre no primeiro dia, ela nos levava para atravessar a estrada. A gente tomava o cafezinho, a tapioca com café, ou escaldado de farinha, na época. Todos iam para escola. Ela era muito rigorosa”, conta o filho, Tadeu Souza.

O rigor de dona Edelzuita com os estudos dos filhos contrasta com aquilo que ela recebeu na infância. A idosa conta que o pai nunca permitiu que ela e as irmãs estudassem. “Meu pai era muito cangueiro [bruto], não queria que as filhas aprendessem para não escrever para os namorados”, diz sorrindo.

“Ele dizia que mulher que aprendia, fugia de casa. Duas coisas que ele não queria: que a gente aprendesse a ler e nem casasse com soldado”.

A vontade de aprender foi maior do que a visão do pai. O ABC, Edelzuita diz que aprendeu com a mãe “Minha mãe sabia ler um pouquinho e me ensinou em casa”, recorda a estudante, destacando que sabia que era preciso aprender mais.

Depois que eu aprendi o ABC, eu era inteligente, eu saia com meu livro. Comprei minha cartilha e pedia ao povo que sabia ler: ‘me ensine essa lição’. A gente mesmo por si aprende. Pode crer”.

Com o passar do tempo, Edelzuita casou com José Rufino, companheiro de vida, com quem viveu por mais de seis décadas, até o último dia 21 de fevereiro, quando o marido faleceu aos 93 anos.

No primeiro ano de casamento, veio o primeiro filho mudando as prioridades de dona Delza. “Não estudei, para meus filhos estudarem”.

Para garantir a educação e o sustento dos filhos, Edelzuita e José Rufino trabalharam muito. Ela se orgulha do esforço que fez. “Não era fácil, mas todo dia ia pra escola. Não tinha riqueza, não tinha nada, mas nós éramos felizes. Uma família feliz”.

Além de realizar o sonho de aprender, a ida para a escola serve como terapia para dona Edelzuita, após a morte do marido. “Meu marido era muito com, 60 anos nós vivemos. 60 anos são muitos dias a gente conversar e depois ficar só, não é?”.

“Antes, eu sempre dizia que ia estudar no João Barracão. Aí quando foi agora que meu marido morreu, eu fiquei tão debilitada. Eu via na televisão falando e disse: ‘vou fazer minha matrícula’. Aí eu fui e fiz. Depois que fiz a matrícula, fiquei esperando o dia de ir para escola”.

Hoje estou feliz. Eu acho muito bonito a pessoa que sabe ler bem, que conhece os lugares porque sabe ler”, conta a matriarca.

Exemplo para os colegas de turma, professores e funcionários da escola, dona, Edelzuita saiu do primeiro dia de aula exalando felicidade. “Eu estou muito feliz e sei que lá onde ele [o marido] estiver, está muito feliz, me vendo aqui”, diz.

Ganhando ainda mais intimidade com as letras, dona Edelzuita planeja colocar no papel tudo aquilo que viveu e pretende viver.

“Vou escrever o livro da minha história, é o que eu quero fazer. Vou estudar, para melhorar a letra, fazer uma letrinha bonitinha e escrever o meu livro. Se eu não morrer, vou ficar velhinha estudando”.  

Disponível em <https://g1.globo.com/pe/petrolina-regiao/noticia/2022/07/28/idosa-volta-a-estudar-aos-93-anos-e-sonha-em-virar-escritora-vou-escrever-o-livro-da-minha-historia.ghtml> Acesso em: 11 de set. de 2022.


TEXTO 2 

OCDE: Brasil sofre com abismo em nível de leitura entre jovens de alta e baixa renda (16 setembro de 2021).

Brasil registra uma das maiores disparidades de nível de leitura entre jovens de baixa e alta renda

A renda e a posição socioeconômica têm grande influência sobre a capacidade de leitura e aprendizado dos jovens – e essa desigualdade é mais acentuada no Brasil do que em grande parte do mundo, aponta a OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) em seu relatório Education at Glance, divulgado nesta quinta-feira (16/09).

Por sua vez, a capacidade de leitura e interpretação de textos afeta a habilidade dos jovens em se desenvolver social e profissionalmente e exercerem sua cidadania.

A OCDE usa como base comparativa os resultados de leitura do Pisa 2018, o exame internacional aplicado pela entidade em jovens de 15 anos nos 38 países-membros do grupo e em Argentina, Brasil, China, Índia, Indonésia, Rússia, Arábia Saudita e África do Sul.

Nativos digitais não sabem buscar conhecimento na internet, diz OCDE

A habilidade de leitura é definida pela OCDE como a “capacidade de entender, usar e refletir sobre textos escritos de modo a conquistar objetivos, desenvolver conhecimento e potencial e participar da sociedade”.

Em uma escala de 1 a 6, o nível de leitura considerado básico é o 2 – estágio em que os estudantes “começam a demonstrar competências que vão lhes permitir participar de modo efetivo e produtivo na vida como estudantes, trabalhadores e cidadãos”.

No PISA 2018, os alunos brasileiro pontuaram, em média, 413 em leitura (para efeitos comparativos, a China, que encabeçou o ranking, pontuou 555 nesse quesito), mantendo-se praticamente estagnado na última década.

E essa média esconde disparidade social, que foram exploradas no relatório apresentado nesta quinta.

No Brasil, diz a OCDE, a proporção de jovens da camada mais pobre que conseguiu alcançar o nível 2 em leitura no Pisa foi de 55% menor do que a de jovens brasileiros de renda mais alta.

Essa disparidade é 26 pontos percentuais superior à média dos países da OCDE, de 29%, onde também se observa desigualdade em leitura entre alunos ricos e pobres.

“Entre os fatores que influenciam o desempenho na educação, o status socioeconômico tem o maior impacto nas habilidades de literacia dos jovens de 15 anos, mais do que seu gênero ou país de origem”, diz o relatório Education at Glance.

No Brasil, porém, observou-se “uma das maiores disparidades de performance entre os países que têm dados disponíveis”, prossegue o texto.

O tema havia sido abordado pela OCDE em maio deste ano, quando a entidade divulgou que, no Brasil, apenas um terço (33%) dos estudantes havia sido capaz de distinguir fatos de opiniões em uma das perguntas aplicadas no Pisa.

Na ocasião, o diretor de educação da OCDE, Andreas Scheicher, também se disse preocupado com o aumento do “abismo cultural” entre estudantes de classes mais avantajadas e os mais pobres em todo o mundo.

Enquanto entre os estudantes mais ricos o número de livros em casa se manteve estável entre 2000 e 2018, esse número caiu consideravelmente entre os estudantes mais pobres globalmente.

O status socioeconômico segue tendo impacto na vida dos jovens ao diminuir seu acesso ao ensino superior e, desse modo, deixa-los mais vulneráveis ao desemprego, prossegue o relatório.

Disponível em <https://www.bbc.com/portuguese/brasil-58578511> Acesso em: 11/09/2022.

 

😊 Sucesso!





Nenhum comentário:

Postar um comentário