PROGRESSÃO PARCIAL PARA SER ENTREGUE ATÉ 28/4/2023.
INTRODUÇÃO
A Progressão Parcial é uma ferramenta avaliativa que, comumente, oportuniza
aos estudantes a superação das dificuldades apresentadas no ano letivo
anterior, neste caso específico, na disciplina de Língua Portuguesa. Para isso,
geralmente, os estudantes dispõem de três oportunidades por meio de prova
tradicional que segue a estrutura convencional de perguntas e respostas
(discursivas ou objetivas).
Nosso objetivo, no entanto, é
aproveitar temáticas relevantes do componente curricular a partir da leitura,
reflexão e construção de posicionamento crítico. Por isso mesmo, sugerimos um
modelo de aplicação dos estudos a partir de propostas e posterior apresentação,
a fim de que possamos verificar de que forma os aprendizes podem fruir,
efetivamente, dos estudos linguísticos e literários vivenciados no ano
antecedente.
Nessa direção, buscamos subsídio
teórico nos trabalhos de Antunes (2003, 2005, 2007, 2012) Coutinho (1999), Koch
(2002, 2015, 2021), Marcuschi (2000, 2008), Rojo (2015), Silva (2018).
O método envolverá a leitura de
propostas e produção escrita e oral. No primeiro estágio, os estudantes serão
orientados a responder às questões a partir de pesquisa. Em seguida, os textos
serão corrigidos e devolvidos aos estudantes para a reescrita. Por fim, cada
estudante terá o tempo mínimo de 10 (dez) minutos para defender oralmente a
produção final.
Com isso, esperamos aproveitar o
processo de forma mais completa, já que os estudantes serão orientados na
pesquisa e na defesa de seu trabalho.
LER
E COMPREENDER
PF apreende armas em investigação sobre trabalho análogo à escravidão em
vinícola
Armamento, de dono da empresa acusada de aliciar funcionários, era
regular, segundo defesa, soldado citado nega envolvimento
Porto Alegre A PF (Polícia
Federal) realizou na manhã desta sexta-feira (17) uma operação para aprofundar
as investigações e coletar novos elementos de prova envolvendo o caso do
resgate de 207 trabalhadores em condições análogas à escravidão, segundo
Ministério do Trabalho, em 22 de fevereiro em um alojamento de Bento Gonçalves
(RS).
Os trabalhadores vinham da Bahia
para o Rio Grande do Sul contratados pela empresa Fênix, do empresário Pedro
Oliveira de Santana, e prestavam serviço às vinículas Aurora, Garibaldi e
Salton. Ao longo do período de colheita da uva, conforme as investigações, eram
vítimas de agressões, extorsões e submetidos a jornadas irregulares, além de
serem alojados e alimentados em condições desumanas.
Até o momneot, conforme a PF, as
investigações já identificaram seis pessoas envolvidas – que foram os alvos das
medidas judiciais executadas na chamada Operação Descaro. A suspeita é que eles
integrem uma organização voltada à prática de submissão ao trabalho escravo.
Um dos sens envolvidos é um
policial afastado da BM (Brigada Militar, a polícia militar gaúcha) nessa
semana – o soldado Márcio Squarcieri, 39, que atuava em Bento Gonçalves (RS) –,
suspeito de atuar na segurança da Pousada do Trabalhador, alojamento no bairro
Borgo em que ficavam os trabalhadores.
Foi de lá que seis deles fugiram,
segundo as vítimas, para fazer a denúncia de maus-tratos. Em razão do suposto
envolvimento do soldado, a Corregedoria de BM acompanhou a operação.
Contatado pela Folha, o advogado
de Squarcieiri, Maurício Cardoso, diz que seu cliente nega qualquer vínculo com
a pousada e critica a Corregedoria da BM por “falta de cautela”.
O advogado argumenta que os
corregedores usaram uma foto antiga e sugestionaram os trabalhadores a ligar
seu cliente a um segurança que eles identificaram pelo apelido de “Escocês” nos
depoimentos, mas que não seria o policial.
Os demias investigadores são o
próprio dono da empresa, Santana, o empresário Fábio Daros, apontado pelos trabalhadores
e por funcionários do local como dono do alojamento, e outros três supostos
seguranças que não tiveram os nomes revelados pela Polícia Federal. Santana
havia sido preso no dia 22, mas foi solto mediante fiança.
Em sete mandados de busca e
apreensão, seis em Bento Gonçalves (RS) e um em Garibalde (RS), os policiais
apreenderam nove armas e diversas munições. Elas pertenciam a Santana, que tem
registro de CAC (caçador, atirador e colecionador).
Na Operação Descaro, Squarcieri
teve o celular e o notebook apreendidos em sua residência.
O advogado de Santana, Augusto Glacomini Werner,
divulgou nota dizendo que seu cliente “colabora com as investigações” e que é
“o maior interessado que a verdade dos fatos seja desvelada”. Sobre as armas,
confirma que eram de Santana, mas que ele “as mantinham em condições regulares
e registradas perante o órgão competente” e que elas teriam sido apreendidas
para que fosse apurada a “manutenção da idoneidade do titular do direito”, em
razão da abertura de inquérito.
Disponível
em https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/03/pf-apreende-armas-em-investigacao-sobre-trabalho-analogo-a-escravidao-em-vinicolas.shtml Acesso em 18 de março
2023.
PARA RESPONDER
Referente ao texto: “PF apreende armas em investigação sobre trabalho
análogo à escravidão em vinícola” (p. 4).
1. O texto em análise pertence ao domínio
discursivo jornalístico. Diante disso, explique a razão desse texto pertencer a
essa esfera midiática. Para isso, comente sobre o gênero discursivo, a escolha
lexical (as palavras que foram selecionadas), a manchete, o lide e as
sequências textuais (ou seja: narração, descrição, argumentação, injunção...)
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2. Que crítica pode ser construída em
relação ao tema central do texto e o passado histórico do Brasil?
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3. O texto focaliza os “suspeitos” pelo crime
prescrito no Código Penal no seu Artigo 149 que expressa “[...] a submissão a
trabalhos forçados ou a jornadas exaustivas, a sujeição a condições degradantes
de trabalho e a restrição de locomoção do trabalho...” Assim, reescreva dois
fragmentos do texto que são tipificados nessa contravenção e comente cada um
deles.
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4. De que forma os conhecimentos
linguísticos que foram desenvolvidos o ano passado (2022) podem nos auxiliar a
uma boa leitura e compreensão de diferentes gêneros discursivos. Explique.
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MULTILETRAMENTOS
Figura
1:
Charge da Folha de São Paulo. Disponível em https://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/1756563739458970-charges-fevereiro-de-2023 Acesso em: 18 de março de 2023.
Para responder.
1.
Explique a relação da charge
(Figura 1) com o texto do domínio discursivo jornalístico (página 4 deste
trabalho: PF apreende armas em
investigação sobre trabalho análogo à escravidão em vinícola).
2. Os rótulos dos quatro vasilhames representados na charge fazem referência
às telas de Jean-Baptiste Debret. Tal alusão se materializa como
intertextualidade e aponta para passado historico brasileiro. Nessa
direção, observe ao itens multimodais e
explique os temas que podem ser extraídos da charge.
3. Por que a discussão das temáticas implícitas na charge são relevantes para
o século XXI? Justifique.
Assista ao vídeo: Desigualdade Racial no Brasil – 2
minutos para entender. Superinteressante.
Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=ufbZkexu7E0 Acesso em 18 de março de 2023.
Produção
de painel: colagem-montagem
Depois
de ter assistido ao vídeo, produza um painel a partir da técnica de colagem:
faça um painel com colagem-montagem que expresse a sua crítica em relação ao
trabalho escravo (no passado e atualmente) e racismo estrutural presente no
século XXI.
Critérios:
1.
Respeito
aos direitos humanos e ao ambiente escolar, bem como a faixa etária indicada;
2.
Os itens multimodais (cor, imagem, fonte,
“auto-relevo” etc.) precisam fazer parte das temáticas evocadas;
3.
O painel deverá ser produzido no espaço
disponível neste trabalho;
4.
Comentário sobre o painel. Explique a crítica
construída a partir de itens multimodais.
LETRAMENTO LITERÁRIO
Leia
as citações compare com os estudos literários sobre Barroco e Arcadismo e
responda ao que se pede.
"[...] a multidão se reunia na praça do
pelourinho para assistir ao chicote do carrasco abater-se sobre o corpo do
escravo condenado, que ali ficava exposto à execração pública..." (GOMES,
2021, p. 312).
"Nos açoites aplicava-se a palmatória ou o
bacalhau - um chicote de cabo curto, de couro ou madeira com cinco pontas
retorcidas. Fugitivos eram marcados com ferro em brasa com a letra F no rosto
ou nas costas ou obrigados a usar o libambo, uma argola de ferro que lhes era
presa ao pescoço, com uma haste apontada para cima, às vezes equipada com
chocalho, para denunciar os movimentos do escravo. 'A vida do negro escravo
desde a sua captura na África até o trabalho nas plantações do novo mundo foi
uma longa epopeia de sofrimento'".
GOMES, Laurentino. Escravidão: da
corrida do ouro em Minas Gerais até a chegada da corte de dom João ao Brasil.
Rio de Janeiro: Globo Livros, 2021, 314.
"Todos nós, brasileiros, somos carne da carne
daqueles pretos e índios suplicados... A mais terrível de nossas heranças é
esta de levar sempre conosco a cicatriz de torturador impressa na alma e pronta
a explodir na brutalidade racista e classista. Ela é que incandesce, ainda
hoje, em tanta autoridade brasileira predisposta a torturar, seviciar* e
machucar os pobres que lhes caem às mãos."
RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro: a
formação e o sentido do Brasil. São Paulo: Global, 2015, p. 91.
1. De que forma a exploração do humano é vista no contexto do Barroco brasileiro? Comente a partir do panorama histórico do
estilo de época em questão.
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2. Com a mudança do eixo econômico para Minas Gerais, o ouro passou a ser o item mais
cobiçado no contexto do Arcadismo
brasileiro. Nessa ótica, comente criticamente a posição de autores como Tomás
Antônio Gonzaga e Cláudio Manuel da Costa frente à questão da exploração do humano.
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PRODUÇÃO DE TEXTO:
DISSERTAÇÃO ESCOLAR
Proposta 1: O consumo de álcool por
jovens e adolescentes.
O consumo de álcool está começando
cada vez mais cedo no Brasil. É o que mostra a última Pesquisa Nacional de
Saúde do Escolar (PeNSE), realizada em 2019 pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o levantamento, 63,3% dos estudantes
estre 13 e 17 anos já experimentaram alguma bebida alcoólica. Além disso, 47%
dos alunos nessa faixa etária afirmaram que já ficaram embreagadas pelo menos
uma vez.
Disponível
em https://ocid.es.gov.br/consumo-de-alcool-adolescentes
Acesso em 18 de março de 2023.
Proposta 2: Homem negro é espancado após
acusação de roubo; advogada aponta racismo
Racismo estrutural: “Ele foi
confundido com um ladrão pelo simples fato de ser negro e, junto com ele, não
tinha sequer um objeto, uma vítima que apontasse ele como se tivesse cometido
aquele crime”, disse a advogada Rejane Moço, 42.
Disponível
em https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2023/01/12/homem-negro-e-espancado-apos-acusacao-de-roubo-advogada-ve-racismo.htm
Acesso em 18 de março de 2023.
ANOTAÇÕES
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FOLHA
DEFINITIVA: ESCREVA A DISSERTAÇÃO AQUI
TÍTULO:
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AUTOAVALIAÇÃO
1. Como foi o seu desempenho ao longo do
ano letivo de 2022? Você foi assíduo? Participou das atividades e projetos? Fez
leituras (quais?)? Escreveu alguma coisa?
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2. Preciso melhorar em leitura, escrita,
oralidade (seminário, debate etc.), letramento literário? Explique.
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3. De que forma os estudos de linguagem
irão trazer benefícios ao seu projeto de vida?
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REFERÊNCIAS
ANTUNES, Irandé. Aula de português: encontro e
interação. São Paulo: Parábola Editorial, 2003.
_____. Lutar com palavras: coesão e coerência. São Paulo: Parábola
Editorial, 2005.
_____. Muito além da gramática: por um ensino de línguas sem pedras no
caminho. São Paulo: Parábola Editorial, 2007.
_____. O território das palavras: estudo do léxico em sala de aula. São
Paulo: Parábola Editorial, 2012.
COUTINHO, Afrânio. A literatura no Brasil. São Paulo:
Global, 1999.
GOMES, Laurentino. Escravidão: da
corrida do ouro em Minas Gerais até a chegada da corte de dom João ao Brasil.
Rio de Janeiro: Globo Livros, 2021.
KOCH, Ingedore Villaça. Ler e compreender: os sentidos do
texto. São Paulo: Contexto, 2021.
_____. A coerência textual. São Paulo: Contexto, 2015.
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção textual, análise de gêneros e
compreensão. São Paulo: Parábola Editorial, 2008.
_____.Da fala para a escrita: atividades de retextualização. São Paulo:
Parábola Editorial, 2000.
RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro: a
formação e o sentido do Brasil. São Paulo: Global, 2015.
ROJO,
Roxane Helena R. Hipermodernidade,
multiletramentos e gêneros discursivos. São Paulo: Parábola Editorial,
2015.
SILVA, Leonardo Ferreira da.
Linguagem visuoverbal: letramento,
ensino e produção de sentido. Olinda: Livro Rápido, 2018.