quarta-feira, 13 de março de 2024

LER E COMPREENDER - 1o ANO - ENSINO MÉDIO - I UNIDADE DIDÁTICA - 2024

 


💁 ATIVIDADE PARA O DIA 15/03/2024

🙋Atenção! Escreva as respostas no caderno 👀

GERAÇÃO Z

Francisco Porfírio

A geração Z é composta por quem nasceu na primeira década do século XXI. Por não haver uma exatidão na contabilização do tempo em relação ao surgimento das diferentes gerações, podemos considerar como geração Z quem nasceu no fim da década de 1990. O mais marcante dessa geração é a sua íntima relação com a tecnologia e com o meio digital, considerando que ela nasceu no momento de maior expansão tecnológica proporcionada pela popularização da internet.

A internet foi projetada para ser uma rede de comunicação militar estadunidense, ainda na década de 1960, e quem nasceu naquela época pertence à geração baby boomer. Nesse momento, os computadores ainda eram grandes máquinas que precisavam de um profundo conhecimento especializado para serem operados.

O que aconteceu nas décadas de 1970 e 1980 foi uma drástica mudança no modo como os computadores tornaram-se cada vez mais versáteis, menores e intuitivos. Grande parte dessa revolução deve-se à empresa estadunidense Apple, que se dedicou a tornar essas máquinas esteticamente agradáveis, além de facilmente manuseáveis.

Foi nesse meio que nasceu a geração X. Filha dos baby boomers, a geração X compreende as pessoas que nasceram entre o fim da década de 1960 e o meio da década de 1980. São pessoas que viram a revolução tecnológica informacional acontecer, que vivenciaram a Guerra Fria, que viram a corrida armamentista e que temeram um possível retorno a uma guerra tão horrível quanto ou pior que a Segunda Guerra Mundial.

Foi na geração X que as coisas começaram a mudar, talvez pela descrença nas antigas estruturas sociais formadas pelas gerações anteriores.

Na década de 1980 a internet já era utilizada em redes bancárias. Em 1990, o físico e cientista da computação inglês Tim Bums Lee criou o sistema World Wide Web (WWW), que finalmente tornou a internet um local navegável por qualquer pessoa alfabetizada, com um mínimo de acesso à rede e conhecimentos básicos de operação de computadores.

A proximidade com a internet e a informática fez da geração Y o gérmen de uma nova sociedade totalmente conectada. É bem verdade que nem todo o mundo tem acesso à rede, à internet ou a qualquer interface de comunicação como um computador ou smartphone, e isso revela uma situação peculiar da geração Y e das gerações seguintes estamos falando de uma parcela pequena da população que tem acesso à rede e à tecnologia.

A geração Y é a que surge numa crescente gama de conexão (ainda extremamente restrita – não que hoje não exista restrições ao acesso à internet, mas hoje isso acontece por questões estritamente econômicas), mas que nasceu e viveu num momento de grande expansão tecnológica. Também chamados de millennials (por terem nascido próximo da virada do milênio), essa geração, que se encontra numa faixa etária entre 20 e 35 anos de idade, representa uma completa revolução em relação às gerações passadas.

São pessoas que levaram as mudanças iniciadas pela geração X aos limites. Essa geração vive em um mundo completamente instável, onde as oscilações do mercado financeiro e outros sintomas do capitalismo tardio promovem um mundo competitivo e extremamente desigual. Por um lado, os millennials não têm muita experiência de uma vida segura. Por outro lado, os mais abastados conseguem estender seu poder por meio da inovação e do que chamam de empreendedorismo.

A geração Z foi a primeira que nasceu num ambiente completamente digital. São aqueles que nasceram entre o fim da década de 1990 e 2010. Essa geração não precisou, como as anteriores, fazer cursos de informática básica para lidar com computadores.

Características da geração Z

Também chamados de nativos digitais quem nasceu na geração Z tem uma íntima relação com o mundo digital com a internet e com a informática. São pessoas que cresceram jogando videogames que acompanharam de perto as inovações tecnológicas e que gostam de consumir essas inovações quando possível.

É uma geração que não costuma criar muitos vínculos duradouros com as pessoas. São pessoas que aprenderam a relacionar-se pelas redes sociais e por aplicativos, que evitam sair de casa. Quando podem, usam serviços delivery para não precisar sair. Isso também evidencia uma forte característica dessa geração: a desigualdade social.

Enquanto uns utilizam serviços delivery para não sair de casa outros têm que trabalhar para o delivery, evidenciando outro fator marcante do mundo habitado por millennials e nativos digitais a dissolução cada vez maior de vínculos empregatícios (e, com isso, a dissolução dos direitos trabalhistas), que impõem aos trabalhadores mais pobres (que são, hoje, jovens das gerações Y e Z) uma rotina exaustiva, pouca remuneração e a falsa ideia de que são empreendedoras.

A geração Z cresceu num ambiente inóspito e de completa insegurança em relação ao futuro. Uma graduação universitária, por exemplo, que era significado de um bom emprego para a geração X, já não tem mais valor. O mundo é marcado pela alta competitividade e pela falta de emprego. A socialização pela internet levou a uma nova configuração social dessa geração e a novos hábitos de consumo. A internet, que deixou de ser aquela rede acessível apenas em casa pelos computadores, tornou-se uma companheira constante através dos smartphones.

Essa combinação de elementos evidencia os moldes da geração Z. Uma geração que cresceu acostumada com a individualidade e com a tecnologia. Uma geração que, no caso dos mais pobres, percebeu a desigualdade social pelo fato de que não pode acessar os mesmos espaços que a classe mais alta. A classe mais alta da geração Z, filha da geração X, também percebe essas contradições do mundo contemporâneo. Alguns se revoltam e fazem da internet a interface de uma luta política e outros (a maioria da geração Z de classe média ou alta) estão inebriados pela alta conectividade tecnológica em que estão imersos, acostumados a receberem tudo pronto dos pais.

 

 

Geração Z e baby boomers

Os baby boomers são as pessoas que nasceram entre o fim da Segunda Guerra Mundial e a década de 1960. Essas pessoas pegaram um mundo muito mais estável e que se reconstruía após a guerra. Por ser um mundo de reconstrução e dera estabilidade, houve um expressivo aumento do número de nascimento de bebês, por isso a expressão baby boomers, derivada de baby boom (explosão de bebês).

Os baby boomers são a geração ainda majoritariamente viva que mais se contrasta com a geração Z. Se compararmos aos jovens da geração Z, eles são exatamente diferentes culturalmente – não são acostumados à tecnologia e muito menos são afetados à vulnerabilidade da geração Z com em relação ao emprego e à vida amorosa.

Geração Z no mercado de trabalho

A geração Z tem chegado ao mercado de trabalho nos últimos anos. Para a maioria desses jovens, o que os aguarda é o subemprego e a exploração por conta da alta competitividade e da crescente flexibilidade das leis e das relações trabalhistas. A chamada ‘uberização’ dos serviços está cada vez mais comum entre motoristas de aplicativos e entregadores. Também são comuns os contratos intermitentes, os serviços por diária (diaristas) e outras formas de explorar-se o trabalho de modo a não gerar ônus para as empresas e a gerar muito prejuízo para os trabalhadores.

Essa situação é comum entre as camadas mais baixas da população. A classe média é privilegiada por não estar refém desse sistema e a classe alta é a dona do sistema. Entre a classe média e alta aumentam-se cada vez mais o número de pessoas que trabalham com a produção de conteúdo digital. Seja conteúdo escolar, de fianças, de modo e de várias formas de arte, seja o mais fútil conteúdo que expõe um cotidiano vazio de sentido e cheio de dinheiro, as pessoas que têm melhor condição financeira fazem carreira cada vez mais oferecendo esse conteúdo digital via redes sociais e YouTube. Esse novo nicho é algo jamais imaginado por um baby boomer, visto com desconfiança pela geração X e compreendido apenas a partir dos millennials.

Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/geracao-z.htm Acesso em: 28/02/2022.

Responda no caderno:

01.  Que função da linguagem (conforme o pensamento de Roman Jakobson) prevalece no texto acima e de que forma esse recurso contribui para que o texto possa cumprir a sua finalidade expressiva?

02.  No texto, os nativos digitais são beneficiados pelas habilidades adquiridas de forma igualitária? Justifique sua resposta com fragmentos do texto.

03.  Quais são as gerações que aparecem explícitas no texto? Destaque uma característica para cada uma delas.

04.  E os homens e mulheres do presente se distinguem de seus pais vivendo num presente ‘que quer esquecer o passado e não parece mais acreditar no futuro’. Mas a memória do passado e a confiança no futuro foram até aqui os dois pilares em que se apoiavam as pontes culturais e morais entre transitoriedade e a durabilidade, a mortalidade humana e a imortalidade das realizações humanas, e também entre assumir a responsabilidade e viver o momento” (BAUMAN, 2001, p. 168). De que forma a citação de Zygmunt Bauman[1] pode orientar uma crítica ao texto em análise?

05.  Pode-se inferir que os nativos digitais são saudáveis emocionalmente? Que aspectos comportamentais podem tornar a “geração Z” frágil em relação aos desafios diversos do presente século?

06.  Os utilizadores consomem informações em plataformas de mídia social cujos algoritmos criam uma bolha de conteúdos em que a relevância não tem correspondência com a realidade” (BAKIR & MCSTAY, 2018). Diante das considerações de Bakir & Mcstay, que fragmento do texto pode ser combatido por revelar um prolongamento dessa realidade da citação?

07.  Em: “(...] e isso revela uma situação peculiar da geração Y e das gerações seguintes...” Para promover a progressão textual, o pronome em destaque faz referência a que expressão? Reescreva do texto um fragmento que revela o mesmo recurso.

08.  A expressão “baby  boomer” e a palavra “millennials” são utilizadas para substituir, respectivamente, que gerações? Explique a origem desses termos.

09.  Destaque dois fragmentos do texto que trazem consigo operadores argumentativos? Em seguida, explique o valor semântico desses registros.

10.  De que forma o seu conhecimento adquirido nas aulas de língua portuguesa, ao longo do tempo, pode contribuir para a compreensão desse texto em foco?

 



[1] BAUMAN, Zygmunt. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.

SUCESSO!

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