Variação
linguística
Para refletir!
“A
língua é muito mais do que um simples instrumento de comunicação. Ela é palco
de conflitos sociais, de disputas políticas, de propaganda ideológica, de
manipulação de consciência, entre outras e muitas outras coisas. A manipulação
social da língua nos leva a votar nessa ou naquela pessoa, a comprar tal ou
qual produto, a admitir que determinado evento ocorre de determinada maneira e
não de outra...” (BAGNO, 2012, p. 75).
Para
começar, vamos pensar um pouco sobre a contribuição de William Labov.
Vídeo
em inglês, porém legendado (tradução para a língua portuguesa):
Ilari
(2007, p. 151) nos ensina que “[...] a variação linguística é um fenômeno normal,
que, por manifestar-se de várias formas, leva os estudiosos a falar variação diacrônica, variação diatópica,
variação diastrática e variação diamésica”.
1.
Variação diacrônica
Também denominada variação
histórica, a diatópica tem relação com as mudanças linguísticas que ocorrem
através do tempo.
Tomemos como exemplo a
gramaticalização da palavra “você”:
Você
Vossa mercê
Vosmecê
VEJAM, NA SEQUÊNCIA, ANÚNCIOS DO JORNAL CORREIO PAULISTANO, DE 1857 e 1879.
ANÚNCIO 1
ANÚNCIO 2
Assista ao vídeo e observe como Gilberto Freyre
maneja as palavras (guardadas as devidas proporções) ao relatar o próprio
cotidiano.
COTIDIANO DE GILBERTO FREYRE - 1959 => O objetivo é registrar a variação histórica, a partir da fala do Mestre de Apipucos.
NOTA: Sem ignorar os pensadores que vieram logo após Gilberto Freyre (como: Florestan Fernandes, Sérgio Buarque de Holanda e muitos outros), convém ressaltar a sua contribuição para o pensamento sociológico em seu tempo.
1.
Variação diatópica
Para
Ilari (2007, p. 157), a variação diatópica é entendida como “as diferenças que
uma língua apresenta na dimensão do espaço, quando é falada em diferentes
regiões de um mesmo país ou em diferentes países”.
CURIOSIDADE
Segundo
Ilari (2007, p. 37), a difusão da língua portuguesa se deu com as chamadas
conquistas ultramarinas. Assim sendo, o autor elenca os seguintes países
lusófonos: Portugal, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Brasil,
Angola, Moçambique, Timor-Leste e Maca.
Um
exemplo do Português Europeu pode ser visto no vídeo a seguir:
MADRE
DEUS – O PASTRO
Agora,
para melhor entender a variação diatópica (ou geográfica), assista aos vídeos
sobre os sotaques do Brasil.
VARIAÇÃO
DIATÓPICA -SOTAQUES DO BRASIL
O
« R » RÓTICO (?)
O “S”
CHIADO
USO DO
“TU” E “VOCÊ”
COMO AS
PALAVRAS MUDAM DE ESTADO PARA ESTADO
DIFERENÇA
DAS PRONÚNCIAS DAS VOGAIS
1.
Variação diastrática
Para
melhor entender essa categoria, Ilari (2007, p. 175, grifos do autor) mostra
que “uma série de diferenças entre o português falado pela parte mais escolarizada
da população (que, não por acaso, é também a parte mais rica ou menos pobre) e
pela parte menos escolarizada. É o fenômeno que os linguistas chamam de variação diastrática”.
Vejamos
um exemplo a partir de um vídeo sobre o Mercado de São José (Recife-PE).
MERCADO
DE SÃO JOSÉ – DIÁRIO DE PERNAMBUCO – HÁ 8 ANOS
ATENÇÃO!
Neste
particular, discutiremos as questões referentes ao preconceito linguístico.
CURIOSIDADE:
O
livro Preconceito Linguístico, de
Marcos Bagno, completa 25 anos de existência.
1.
Variação diamésica
Ainda
para Ilari (2007, p. 181) a variação diamésica “compreende, antes de mais nada,
as profundas diferenças que se observam entre a língua falada e a língua
escrita.
FALA E
ESCRITA – PARTE 1 – MARCUSCHI
Referências
BAGNO,
Marcos. Gramática pedagógica do
português brasileiro. São Paulo: Parábola Editorial, 2021.
ILARI,
Rodolfo. O português da gente: a
língua que estudamos, a língua que falamos. São Paulo: Contexto, 2007.
SUCESSO!
Nenhum comentário:
Postar um comentário