quinta-feira, 20 de agosto de 2020

LÍNGUA PORTUGUESA

 LÍNGUA PORTUGUESA - GRAMÁTICA, INTERPRETAÇÃO, COMPREENSÃO E LIÇÕES PARA A VIDA   -  20/8/2020

Atenção! Em processo de construção e revisão.

Figura 1 - Convite para a videoconferência 

VIDEOCONFERÊNCIA 008 - 3os. A e B 

PARA RECORDAR ...              

          Nas duas horas de videoconferência de hoje (quarta-feira, 20/8/2020 com início às 14h), tratei da SINTAXE DO PERÍODO COMPOSTO. Em especial, aprofundei o estudo sobre ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS. Para isso, enviei para a plataforma Google Classroom (em 18/8/2020, às 7h30, portanto, com antecedência considerável) uma proposta para os estudantes que versa sobre o tema transversal “CULTURA DO CANCELAMENTO”. Diante disso, esclareci no roteiro encaminhado que os estudantes deveriam enviar, individualmente, dois períodos compostos por subordinação a partir da proposta sugerida. Nessa mesma atividade, orientei que os estudantes redigissem as orações tendo por base os princípios éticos e total respeito aos Direitos Humanos.  Na sequência, recebi as atividades programadas, fiz as devidas correções e comentários e as reencaminhei.

        Em outra fase do processo, iniciei a aula com a audição da canção "Terra de Gigantes", dos Engenheiros do Hawaii (vale lembrar que a canção em análise fui usada como proposta de redação, no Sistema Seriado de Avaliação da Universidade de Pernambuco, em 2019). Em seguida, apresentei a dinâmica da aula e mostrei os detalhes da abordagem sobre o tema transversal supracitado (isto é, CULTURA DO CANCELAMENTO). Tal escolha está baseada na relevância do tema para a atualidade. Por isso mesmo, acredito que esse assunto poderá ser explorado no Sistema Seriado de Avaliação da UPE, no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) ou em avaliações como do Sistema de Avaliação Educacional de Pernambuco (SAEPE) e como do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB). 

Agora, passo a expor a minha abordagem:

          A canção "Terra de Gigantes" foi composta por Humberto Gessinger e teve seu 'lançamento' ao público em 1987. Para o nosso estudo, chama atenção a 'atemporalidade' dessa composição, desde que sejam guardadas as devidas proporções. Em primeiro lugar, o eu lírico mantém um monólogo direcionado a própria mãe. Vale destacar o constante uso do vocativo, na expressão: “Hey, mãe”, que revela a dependência do eu lírico ao abrigo materno, ao longo da fase que, provavelmente, vai da adolescência à juventude. Assim, o eu poemático expõe que tem "uma guitarra elétrica". Ao afirmar isso, o eu lírico revela um significado importante desse instrumento. Em outras palavras, ter uma guitarra, à época, confere ao eu lírico status de um moço com poder aquisitivo melhor do que o da maioria dos brasileiros de sua faixa etária. Ao mesmo tempo, ter uma guitarra e participar de uma banda é projetar-se na fantasia estadunidense. Os seus amigos, igualmente, não manifestam qualquer compromisso com as questões da realidade (como: as discussões em torno da educação, da moradia, da saúde etc.), porque são descomedidos. Para o eu lírico, “a juventude é uma banda/ numa propaganda de refrigerante”. Ou seja, os jovens caricatos seriam indiferentes aos assuntos que transitam livremente ao longo de séculos no contexto brasileiro. Em outro fragmento, destaco "tem uns amigos tocando comigo/ eles são legais, além do mais/ não querem nem saber" (grifo meu). Como os jovens de hoje veem isso? Continua o eu lírico com seu discurso fatalista e temerário: "nessa terra de gigantes/ eu sei, já ouvimos tudo isso antes". Aqui, a palavra "gigantes" pode, pelo menos, representar aqueles que detém o poder econômico ou político e, por outro lado, pode representar o medo da criança que habita nesse jovem. Por isso mesmo, incessantemente, ele recorre ao "colo materno". Para o eu lírico, a realidade é tão forte, que ele não quer encará-la. Por isso mesmo esse eu poemático diz: "só me acorda quando o sol tiver se posto". 

[...]

          Nesse sentido, objetivo em minhas aulas provocar reflexões sobre o uso efetivo da linguagem no plano sociointerativo, para que cada discente possa ser capaz de fazer uma leitura crítica do mundo. Muito mais do que isso, espero que cada um “rejeite o automatismo e assuma autonomia”. Ao confrontar a atitude do eu lírico com o jovem do século XXI, mostrei que muitos sonham com smartphone (nesse momento, mostrei uma matéria de capa da revista Superinteressante sobre a dependência de muitos jovens ao equipamento). Dessa revista, destaquei a seguinte passagem: "4 bilhões de pessoas têm um (smartphone) - e o tiram do bolso mais de 200 vezes por dia...". Neste ponto específico da aula, estabeleci uma relação entre o comportamento do jovem do passado na interface com a juventude do século XXI (conforme a canção o jovem tem uma guitarra, porém, na atualidade, um smartphone). Em outro momento, levantei questões a fim de que os estudantes se posicionassem sobre o assunto. Para complementar, citei "a solidão por trás da porta fechada de um quarto com um telefone celular à mão pode parecer uma condição menos arriscada e mais segura do que compartilhar o terreno doméstico comum" (BAUMAN, 2004, p. 85). Para aprofundar esse aspecto, fui pouco a pouco aproximando o assunto da problemática da convivência no espaço virtual. Em seguida, contextualizei o problema da "CULTURA DO CANCELAMENTO" e aproveitei o ensejo para solicitar a leitura das frases que os próprios estudantes redigiram. Nesse estágio da aula, os estudantes leram, classificaram do ponto de vista gramatical e comentaram as razões de terem desenvolvido tais enunciados. 

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Dentro do contexto, os estudantes leram ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS: causais, concessivas, consecutivas, temporais e finais.

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          À medida que as frases eram lidas, eu apresentava slides com explicações teóricas sobre a sintaxe do período composto e intercalava com questões comuns ao Sistema Seriado de Avaliação (SSA) da Universidade de Pernambuco e ao Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). 

      A seguir, é possível acompanhar a síntese da relação entre passado e presente a partir da comparação entre a figura do jovem na canção frente ao comportamento atual dos jovens tal como aparece na reportagem:



Figura 2 - Síntese em forma de mapa conceitual 



          No fim da aula, citei uma passagem de David Foster Wallace:

"Dois peixinhos estão nadando juntos e cruzam com um peixe mais velho, nadando em sentido contrário. Ele os cumprimenta e diz: 

- Bom dia, meninos. Como está a água?

Os dois peixinhos nadam mais um pouco até que um deles olha para o outro e pergunta:

- Água? Que diabo é isso?

          Não se preocupe, não pretendo me apresentar a vocês como o peixe mais velho e sábio. O ponto central da história é que a realidade mais óbvia, ubíqua e vital costuma ser mais difícil de ser reconhecida".


Considerações finais         

          Portanto, convém advertir que, na aula de hoje, a minha preocupação se pautou em trazer uma reflexão geral sobre o jovem "ontem" e "hoje".  Quer dizer, como os jovens se comportavam no fim do século XX e como se comportam nesta segunda década do século XXI, a partir de uma análise sociológica e filosófica. Com isso, esta abordagem não se direciona a grupos específicos, mas engloba um estudo geral no domínio nacional. Nesse contexto, levantei questões sobre a "Cultura do cancelamento", que estão relacionadas à "dependência virtual" e à ausência de postura crítica. 

          Nesse sentido, na aula de hoje, observei que os estudantes fizeram uma leitura crítica de mundo, levantaram questionamentos embasados em uma pesquisa séria e produziram enunciados escritos dentro do contexto.   Assim, estudamos a SINTAXE DO PERÍODO COMPOSTO sem nos prendermos ao ensino tradicional estéril, que se circunscreve ao "certo" e ao "errado" ou à memorização de exemplos isolados. 

          No que concerne ao Sistema Seriado de Avaliação (SSA) da UPE e outros certames, trabalhei os seguintes tópicos do programa (na análise de elementos da argumentação em gêneros diversos): (i) a tese e seus argumentos de sustentação e/refutação; (ii) os mecanismos enunciativos (formas de agenciamento de diferentes pontos de vista na textualização, uso dos elementos de modalização); (iii) os conectivos e expressões com valor argumentativo; (iv) a organização e progressão temática; (v) o tema central de um texto e outros. Vale lembrar que esses itens são igualmente contemplados no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e atendem às exigências do Sistema de Avaliação Educacional de Pernambuco (SAEPE) e do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB). 

       Por fim, preciso frisar que reconheço o excelente desempenho dos estudantes envolvidos, bem como parabenizo a todas e a todos a participação intensa e efetiva na produção escrita, na interação e na exposição de ideias. 

Referências 

BAUMAN, Zygmunt. Amor líquido: sobre a fragilidade dos laços humanos. Rio de Janeiro: Zahar, 2004.

BECHARA, Evanildo. Gramática escolar da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2010.

CEREJA, Willian Roberto. Português: linguagens 3. São Paulo: Atual, 2012.

HOUAISS, Antônio. Pequeno dicionário da língua portuguesa. São Paulo: Moderna, 2015.

VERSIGNASSI, Alexandre. Smartphone: o novo cigarro. Superinteressante. São Paulo: vol.?, no. 408, set. 2019. 

WALLACE, David Foster. Oblivion: Stories. New York; Boston: Little Brown and Company; Back Bay Books, 2004.


Até a próxima aula!




 LÍNGUA PORTUGUESA - GRAMÁTICA, INTERPRETAÇÃO, COMPREENSÃO E LIÇÕES PARA A VIDA   -  19/8/2020

VIDEOCONFERÊNCIA 008 - 2os. B e C 

PARA RECORDAR ...             


          Nas duas horas de videoconferência de hoje (19/8/2020, com início às 14h), retomei as discussões sobre o VERBO na malha do texto. Antes de introduzir a aula com a audição da canção "Como uma onda no mar", de Lulu Santos, solicitei que os estudantes fizessem os seguintes apontamentos: (i) ideia central da composição; (ii) identificação dos tempos verbais, formas nominais e locuções verbais; (iii) identificação de trechos da canção que revelam traços da oralidade; (iv) as imagens presentes nos versos; (v) as relação entre a composição e o estudo sobre verbo e outros.

          Depois da audição, expliquei que a canção "Como uma onda no mar" foi composta por Lulu Santos com parceria do jornalista e escritor Nelson Motta. Na sequência, passei a explicar a relação entre a canção e o estudo gramatical sobre verbo. Ao longo do processo de ensino aprendizagem, fiz a exposição de vários slides com desdobramento teórico, análises e exemplos. Nessa dinâmica, intercalei a exposição dialogada com questões do Sistema Seriado de Avaliação (SSA) da Universidade de Pernambuco e outros certames importantes, como o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), o Sistema de Avaliação Educacional de Pernambuco (SAEPE) e o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEBE) .

           Ao abordar os aspectos morfológicos do verbo, ouvi as impressões dos estudantes sobre os tópicos levantados, ou seja, acompanhei a forma como os estudantes entenderam o uso dos tempos verbais, as formas nominais, as locuções verbais, os trechos da canção com traços de oralidade e demais assuntos. 

              Em outro estágio da aula, revisei o conceito gramatical de verbo e mostrei um diagrama com as possíveis variações desse item lexical (tal flexão envolve: número, pessoa, tempo, modo e "voz"). Depois de lançar alguns questionamentos sobre esta fase, avancei para uma demonstração da estrutura dos verbos. Para ficar mais claro, mostrei uma animação de Powerpoint sobre os itens estruturais dessa classe de palavra (em síntese: RADICAL, VOGAL TEMÁTICA, TEMA, DESINÊNCIA MODO-TEMPORAL E DESINÊNCIA NÚMERO PESSOAL). Só depois dessa intervenção, passei a explicar a classificação dos verbos em: (i) regulares; (ii) irregulares; (iii) anômalos; (iv) abundantes e (v) defectivos.


[EM CONSTRUÇÃO E REVISÃO]   

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