sábado, 29 de agosto de 2020

MODERNISMO - GERAÇÃO DE 45

 

🙋 Atenção fera!

1940 - 1950

          A imprensa, em geral, anuncia o centenário do nascimento de Clarice Lispector. Obviamente, essa é uma conclusão baseada na biografia da autora. No entanto, ao fazer uma pesquisa, verifiquei que segundo  Alfredo Bosi (1977, p. 475), Cereja (2009, p.546) e Massaud  Moisés (1997, p. 453), Clarice Lispector nasceu em 1926.  Portanto, neste ano de 2020, não poderíamos comemorar o centenário de nascimento da escritora. Com todo o humor 'permitido', seria uma "questão 'segundo GH'"?

👇Clarice Lispector

Nasceu em Tchetchelnik, Ucrânia a 10 de dezembro de 1920 (para a maioria dos biógrafos). O pai de Clarice resolveu sair Rússia com toda a família. Assim, a menina Clarice inicia os estudos em Recife e, mais tarde, vai para o Rio de Janeiro, onde se forma em Direito. Nesse mesmo ano, a jovem estreia com o seu primeiro romance Perto do Coração Selvagem (1944). Sua trajetória literária por elevado talento e compromisso com a palavra. Escreveu: O Lustre (1946), a Cidade Sitiada (1949), A Maçã no Escuro (1961), A Paixão Segundo G.H.(1964), Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres (1969), Água Viva (1973), A Hora da Estrela (1977); contos: Alguns Contos (1952), Laços de Família (1960), A Legião Estrangeira (1964), Felicidade Clandestina  (1971), Imitação da Rosa (1963), Onde Estivestes de Noite (1974) e outros. 



👇João Guimarães Rosa



01. ENEM 2011 - Quem é pobre, pouco se apega, é um giro-o-giro no vago dos gerais nem os pássaros de rios e lagos. O senhor vê: o Zé-Zim, o melhor meeiro meu aqui, risonho e habilidoso. Pergunto: - Zé-Zim, por que é que você não cria galinhas – d’angola, como todo o mundo faz? – Quero criar nada não ... – me deu resposta:   

– Eu gosto muito de mudar... [...] Belo um dia, ele tora. Ninguém discrepa. Eu, tantas, mesmo digo. Eu dou proteção. [...] Essa não faltou também à minha mãe, quando eu era menino, no sertãozinho de minha terra. [...] Gente melhor do lugar eram todos dessa família Guedes, Jidião Guedes; quando saíram de lá, nos trouxeram junto, minha mãe e eu. Ficamos existindo em território baixio da Sirga, da outra banda, ali onde o de-Janeiro vai no São Francisco, o senhor sabe. (ROSA, J. G. Grande Sertão: Veredas. Rio de Janeiro: José Olympio (fragmento).

Na passagem citada, Riobaldo expõe uma situação de uma desigualdade social das áreas rurais brasileiras marcadas pela concentração de terras e pela relação de dependência entre agregados e fazendeiros. No texto, destaca-se essa relação porque o personagem-narrador:

a)   a) Relata a seu interlocutor a história de Zé-Zim, demonstrando sua pouca disposição em ajudar agregados, uma vez que superou essa condição graças à sua força de trabalho.

b)   b) Descreve o processo de transformação de um meeiro – espécie de agregado – em proprietário de terra.

c)   c) Denuncia a falta de compromisso e a desocupação dos moradores, que pouco se envolvem no trabalho da terra.

d)    d) Mostra como a condição material da vida do sertanejo é dificultada pela sua dupla condição livre e, ao mesmo tempo, dependente.

e)    e) Mantém o distanciamento narrativo condizente com sua posição social, de proprietário de terras.


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