🙋 Atenção fera!
1940 - 1950
A imprensa, em geral, anuncia o centenário do nascimento de Clarice Lispector. Obviamente, essa é uma conclusão baseada na biografia da autora. No entanto, ao fazer uma pesquisa, verifiquei que segundo Alfredo Bosi (1977, p. 475), Cereja (2009, p.546) e Massaud Moisés (1997, p. 453), Clarice Lispector nasceu em 1926. Portanto, neste ano de 2020, não poderíamos comemorar o centenário de nascimento da escritora. Com todo o humor 'permitido', seria uma "questão 'segundo GH'"?
👇Clarice Lispector
Nasceu em Tchetchelnik, Ucrânia a 10 de dezembro de 1920 (para a maioria dos biógrafos). O pai de Clarice resolveu sair Rússia com toda a família. Assim, a menina Clarice inicia os estudos em Recife e, mais tarde, vai para o Rio de Janeiro, onde se forma em Direito. Nesse mesmo ano, a jovem estreia com o seu primeiro romance Perto do Coração Selvagem (1944). Sua trajetória literária por elevado talento e compromisso com a palavra. Escreveu: O Lustre (1946), a Cidade Sitiada (1949), A Maçã no Escuro (1961), A Paixão Segundo G.H.(1964), Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres (1969), Água Viva (1973), A Hora da Estrela (1977); contos: Alguns Contos (1952), Laços de Família (1960), A Legião Estrangeira (1964), Felicidade Clandestina (1971), Imitação da Rosa (1963), Onde Estivestes de Noite (1974) e outros.
👇João Guimarães Rosa
01. ENEM 2011 - Quem é pobre, pouco se apega, é
um giro-o-giro no vago dos gerais nem os pássaros de rios e lagos. O senhor vê:
o Zé-Zim, o melhor meeiro meu aqui, risonho e habilidoso. Pergunto: - Zé-Zim,
por que é que você não cria galinhas – d’angola, como todo o mundo faz? – Quero
criar nada não ... – me deu resposta:
– Eu gosto muito de mudar...
[...] Belo um dia, ele tora. Ninguém discrepa. Eu, tantas, mesmo digo. Eu dou
proteção. [...] Essa não faltou também à minha mãe, quando eu era menino, no
sertãozinho de minha terra. [...] Gente melhor do lugar eram todos dessa
família Guedes, Jidião Guedes; quando saíram de lá, nos trouxeram junto, minha
mãe e eu. Ficamos existindo em território baixio da Sirga, da outra banda, ali
onde o de-Janeiro vai no São Francisco, o senhor sabe. (ROSA,
J. G. Grande Sertão: Veredas. Rio de Janeiro: José Olympio (fragmento).
Na
passagem citada, Riobaldo expõe uma situação de uma desigualdade social das
áreas rurais brasileiras marcadas pela concentração de terras e pela relação de
dependência entre agregados e fazendeiros. No texto, destaca-se essa relação
porque o personagem-narrador:
a) a) Relata a seu interlocutor a
história de Zé-Zim, demonstrando sua pouca disposição em ajudar agregados, uma
vez que superou essa condição graças à sua força de trabalho.
b) b) Descreve o processo de
transformação de um meeiro – espécie de agregado – em proprietário de terra.
c) c) Denuncia a falta de compromisso e
a desocupação dos moradores, que pouco se envolvem no trabalho da terra.
d) d) Mostra como a condição material
da vida do sertanejo é dificultada pela sua dupla condição livre e, ao mesmo
tempo, dependente.
e) e) Mantém o distanciamento narrativo
condizente com sua posição social, de proprietário de terras.
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