quarta-feira, 2 de junho de 2021

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Professora se emociona ao ver único aluno entrar em aula online: “Amor de ensinar”

Filha de professora ficou assistindo a mãe angustiada por não receber o retorno de nenhum pai de aluno. Professora acabou passando o conteúdo que havia preparado para outros 30.

Por Luana Chaves, G1 (15/04/2021, 14h27)

A filha de uma professora do Ensino Fundamental em Guarujá, no litoral paulista, fez um desabafo após ver a frustração da mãe ao preparar uma aula e ficar quase 1 hora aguardando os alunos entrarem na plataforma online. Até o final da aula, apenas uma criança se conectou ao acesso remoto para conversar com a profissional.

As aulas de Maria Najila Ferreira Santana, de 54 anos, são lecionadas de manhã e à tarde. Na última terça-feira, ela se preparou para receber a equipe do período vespertino. Ela estudou o conteúdo, subiu os vídeos de apoio na plataforma disponibilizada pela escola onde trabalha, recortou o material visual que seria utilizado para ensinar os estudantes e sentou em sua atual sala de aula: uma mesa da sala de jantar, de frente para um notebook.

Antes de ligar a câmera, ela disse à filha, a estudante de jornalismo Nayla Ferreira Santana, de 21 anos, que a aula daquele dia era muito legal e que havia preparado vários materiais. Contudo, quando se conectou à plataforma de ensino, ela viu que estava sozinha.

“Essas coisas não têm como não mexer com o lado sentimental da gente [professores]. Nosso psicológico é afetado. Existe um outro lado. No final do dia, estamos extremamente cansados”, conta a professora.

Enquanto esperava pela chegada de algum aluno, Najila era observada pela filha sem perceber. De acordo com a estudante, ela ficou assistindo a mãe angustiada por não receber o retorno de nenhum pai de aluno.

“Às vezes, ela fica 1 hora esperando e não entra ninguém. Acho que as pessoas estão perdendo essa oportunidade. Eu me sinto frustrada por ela fazer as coisas e não ter o retorno dos pais. É triste ver uma situação dessa”, relata.

No entanto, a professora da rede pública não pode dizer que o dia desperdiçado. Após quase 1h de espera, uma mãe conectou o filho à plataforma de ensino. Ao notar a entrada do estudante, Najila aproveitou a presença do único aluno para ensinar o conteúdo que havia preparado para outros 30.

“A felicidade foi muito grande quando ele entrou. Eu faço festa quando alguém aparece. É como se estivessem os 30 na sala. Quando ele entrou, eu tive a oportunidade de oferecer para ele aquilo que os outros não puderam receber naquele momento”, explica.

 “Foi um momento tão bonito. Eu estava sentada assistindo ela recortar algumas coisas quando um aluno falou ‘oi professora’ e o olho dela brilhou. Foi lindo, uma mudança muito bonita. Ela sempre foi muito dedicada. Os alunos dela são os segundos filhos”, esclarece.

Aquele foi o único contato da professora com a sala de aula naquele dia. Porém, ela explicou que entende a dificuldade de muitos alunos não conseguirem ter acesso às aulas. De acordo com a professora, o Brasil ainda não está preparado para o ensino à distância, pois muitas famílias não possuem acesso à internet ou precisam dividir um celular com todos em casa.

“Uma mãe me relatou que trabalha o dia todo, que a patroa não dispensa ela para ir para casa, para não se contaminar. Mas, ela tem filhos pequenos, e quando chegava em casa, o celular era dividido entre todos”, desabafa.

Entretanto, mesmo com as dificuldades, ela segue motivada a permanecer preparando as aulas e ajudando os alunos que conseguem assisti-las. “O amor de ensinar é o mesmo da sala de aula, o que muda agora são as estratégias, onde tenho que usar outros recursos”, relata.

Já Nayla, segue orgulhosa do esforço da mãe e torce para que os pais cooperem com o aprendizado dos filhos. “Eu acho que as pessoas deviam ter mais empatia com aqueles que ensinam suas crianças. O professor é essencial. Elas deveriam respeitar cada professor que está passando por essa batalha, porque não é fácil tentar ensinar e ver que os responsáveis não estão nem aí para ensino das crianças”, conclui.

Disponível em: <g1.globo.com/sp/santos-regiao/educacao/noticia/2021/04/15/professora-se-emociona-ao-ver-unico-aluno-entrar-em-aula-online-amor-de-ensinar.ghtml> Acesso em:28/05/2021.

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01.  Comente a ideia central da matéria na interface com a realidade atual, ou seja, no contexto do ensino remoto em tempo de pandemia.


02.  Explique e classifique os pronomes presentes na manchete e no lide. Em seguida, explique as relações semânticas dessas palavras para a produção de sentido da matéria.


03.  Qual a importância dos pronomes para a coesão e a coerência desse texto?


04.  O que, no texto, pode ser considerado fato? Reescreva um fragmento do texto e faça um pequeno comentário.


05.  Destaque um trecho da matéria que se constitui como opinião. Justifique sua resposta.


06.  Em “... ela ficou assistindo a mãe angustiada por não receber o retorno de nenhum pai de aluno.” Nesse fragmento, o pronome “ela” é anafórico, pois faz referência a uma palavra citada anteriormente. Diante disso, aponte à que palavra o item lexical em destaque faz referência.  


07.  O que diz a professora em favor dos seus estudantes que poderia explicar a ausência de muitos estudantes brasileiros, mas que não pode ser tomado como regra?


08.  Destaque dois trechos que se aproximam da oralidade e, por essa razão, não atendem ao rigor da gramática escolar, no que concerne à regra do uso dos pronomes. Na mesma lógica, o que pode ser refletido para que esses usos da língua não sejam alvo de preconceito linguístico?


09.  No excerto: “... ela segue motivada a permanecer preparando as aulas e ajudando os alunos que conseguem assisti-las”. Classifique as palavras destacadas do ponto de vista morfossintático. Em seguida, explique o processo de substituição para garantir a coesão e a coerência.


10.  Destaque dois pronomes substantivos e dois pronomes adjetivos, classifique-os e explique por que esses itens gramaticais, ora substituem, ora acompanham os nomes (ou substantivos).


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